LSD NO DIVÃ? O Poder dos Psicodélicos revoluciona o tratamento de doenças graves desafia tabus e renova esperanças
Psicoterapia Assistida por Psicodélicos: Uma nova abordagem no tratamento de transtornos mentais
O uso de substância como LSD, Cannabis, E a Psilocibina (extraída de algumas espécies de cogumelo) para efeito recreativo muitas pessoas já conhecem. Mas esses efeitos alucinógenos e/ou psicodélicos que essas substâncias levam podem ser usados pela ciência para tratar de transtornos graves como depressão crônica, Transtorno de estresse pós-traumático e muitos outros. Essas pesquisas têm efeitos revolucionários entre os pacientes.
Como em qualquer tratamento, porém, esses estudos se baseiam em protocolos sérios, com base em muitas pesquisas. A Psicoterapia Assistida por Psicodélicos tem despertado cada vez mais atenção no cenário dos tratamentos psiquiátricos. Os pacientes fazem uso do que chamam de microdoses contendo as substâncias a exemplo da Psilocibina, ou até mesmo Ayahuasca em doses reduzidas. O uso da microdose não tem efeitos alucinógenos, mas seu uso abre “portas” para acesso menos doloroso a lembranças traumáticas. Criando novos caminhos neurais para ressignificação de traumas e de acordo com os estudos com efeitos duradouros.
O protocolo mais comum inicia-se com o uso da microdose e logo após o tempo de efeito da microdose, o paciente começa a sua sessão de terapia. Um dos protocolos seria um dia com a microdose e 3 dias sem o uso da substância.
Na Psicoterapia Assistida por Psicodélicos em doses maiores (em comparação com a microdose), geralmente, um único paciente participa da sessão, sendo orientado por um ou dois terapeutas. A sessão pode durar de 5 a 12 horas, dependendo da substância utilizada. O paciente é preparado previamente e tem suas dúvidas e preocupações esclarecidas.
A abordagem da Psicoterapia Assistida por Psicodélicos mostra-se promissora, proporcionando uma nova perspectiva integradora para a psiquiatria, psicologia e neurociência. Essa abordagem inovadora tem o potencial de transformar a vida dos pacientes, abrindo caminho para novas compreensões e possibilidades de tratamento em saúde mental.
O que são psicodélicos?
A definição de psicodélico tem variações e é objeto de disputas, mas a composição da família dos psicodélicos “clássicos” – que inclui LSD, mescalina, psilocibina e DMT.Apesar das diferenças em relação aos efeitos percebidos por quem os utiliza, essas substâncias produzem estados de percepção sensorial intensificada e extraordinária (visões vividamente coloridas de formas e padrões geométricos que podem remeter a fractais estão entre os efeitos mais conhecidos).
A pesquisa e estudo de substâncias psicodélicas como a psilocibina, LSD e MDMA têm desempenhado um papel importante nessa abordagem. Essas substâncias, quando utilizadas em contexto terapêutico, têm mostrado resultados promissores no tratamento de transtornos como depressão, transtorno de estresse pós-traumático e ansiedade.
Como tudo começou?
Em 1966, os Estados Unidos da América (EUA) iniciaram um movimento de perseguição com leis rígidas contra o uso de substâncias psicodélicas, o que resultou na criminalização e redução drástica das pesquisas sobre seu uso médico, levando ao preconceito e à clandestinidade.
Durante quase quatro décadas, o uso de substâncias psicodélicas na área médica foi ignorado, até que, em meados dos anos 2000, houve um renascimento do interesse. Em 2006, a Suprema Corte Americana reconheceu a legalidade do uso de compostos psicodélicos como sacramento em comunidades religiosas. Nesse mesmo período, os EUA passaram por uma mudança de pensamento favorável à possibilidade de uso terapêutico dos psicodélicos, com o Food and Drug Administration (FDA) sinalizando uma abordagem mais aberta para a pesquisa dessas substâncias. Esse movimento foi impulsionado pelo sucesso da cannabis medicinal, que também enfrentou preconceito e foi posteriormente reconhecida como tratamento médico útil.
A terapia assistida com psicodélicos baseia-se no uso dessas substâncias como facilitadoras da psicoterapia, aumentando a empatia e conexão entre terapeuta e paciente. Durante a psicoterapia assistida com psicodélicos, os pacientes têm maior chance de acessar eventos traumáticos e ressignificá-los, minimizando ou eliminando ruminações negativas e alcançando insights que promovem criatividade na resolução de problemas. Além disso, estudos mostram que os psicodélicos alteram a atividade cerebral, aumentando a conectividade de áreas não normalmente ativadas simultaneamente e reduzindo a hiperatividade de regiões associadas a comportamentos mal adaptados. Essa abordagem terapêutica busca aliviar sintomas como tristeza intensa, ansiedade crônica e dependência química, proporcionando uma nova esperança para aqueles que sofrem desses problemas.
No Brasil
No Brasil, o Instituto Phaneros, liderado por Eduardo Schenberg, obteve autorização para atender até 270 pacientes com diversos transtornos mentais relacionados à pandemia de Covid-19. Schenberg é um renomado pesquisador e especialista nessas substâncias, com ampla experiência no estudo de seus efeitos terapêuticos.
A experiência psicodélica, proporcionada por substâncias como psilocibina, LSD e MDMA, difere das alucinações tradicionais. Durante essas experiências, as pessoas relatam visões de geometrias coloridas, memórias, cenas de vidas passadas e um universo onírico semelhante aos sonhos, mas com total lucidez. Além disso, essas substâncias desencadeiam alterações emocionais, intelectuais, cognitivas e sensoriais.