“SEM EVIDÊNCIAS SÓLIDAS” Citado 40 vezes, Bolsonaro não foi indiciado no relatório final da CPI do DF: ENTENDA
A Câmara Legislativa do DF, encerrou ontem as atividades, após 9 meses de apuração da CPI dos Atos Antidemocráticos com a leituro do relatório final. O texto foi aprovado por 6 votoa a 1, e do documento inicial, apenas o nome de Golçalves Dias do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no 8 de Janeiro foi retirado da lista dos indiciados.
Apesar de ter sido citado 40 vezes no relatório, Bolsonaro não consta no rol de 136 indiciados da comissão. A CPI concluiu que não foi possível encontrar evidências sólidas ou informações concretas que possam incriminar o ex-presidente, mas o relator salientou que Bolsonaro construiu uma narrativa que tentou descredibilizar as eleições no Brasil, reiterando sobre a possibilidade de fraude às urnas eletrônicas.
“Com esse roteiro, Bolsonaro conseguiu instilar, em seus eleitores, uma visão simplificada da realidade política criada, em parte, pela desinformação. Estabelecendo uma dicotomia entre princípios e valores positivos e negativos ele moldou, em seus seguidores, a percepção de que sua não reeleição seria fruto do cenário por ele mesmo delineado durante todo seu mandato”, escreveu o relator.
Entre os principais nomes indiciados, estão o coronel Marcelo Casimiro, ex-comandante do 1° Comando de Policiamento Regional (1° CPR); a coronel Cíntia Queiroz, subsecretária de Operações da Secretaria de Segurança Pública; e Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário-executivo da SSP.
O documento final pede, também, o indiciamento das seguintes pessoas:
- Ana Priscila Silva de Azevedo, suspeita de organizar os atos do 8 de Janeiro;
- Cíntia Queiroz de Castro, coronel da PM e subsecretária de Operações Integradas da da Secretaria de Segurança Pública
- Fernando Souza de Oliveira, que ocupava a SSP do DF no dia dos ataques;
- José Acácio Serere Xavante, preso antes do 8 de Janeiro;
- Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-comandante do Comando de Policiamento Regional da Polícia Militar do DF.
O documento também aponta os nomes de 129 pessoas como financiadoras dos atos antidemocráticos.