“Lulinha paz e amor 2.0 e Bolsonaro Light”: entenda as estratégias que os marqueteiros traçaram para Lula e Bolsonaro na reta final das eleições
Lula já se beneficiou dessa estratégia do marketing político na campanha que o elegeu em 2002, que transformou o “Sapo barbudo” com barba longa e desgrenhada, macacão de operário e discurso cortante, em um Lulinha Paz e amor, que veste terno Armani, ajustou o tom da voz, aparou a barba e o discurso. Acalmando o mercado, sob a comando de Duda Mendonça, Lula conseguiu “ ser engolido” pelo mercado financeiro e políticos de direita.
E atualmente, 20 anos depois, após a intensa polarização, violência no discurso do atual presidente, onde até um militante do PT foi assassinado, vemos que a preocupação dos marqueteiros é “adestrar” seus candidatos para alinhamento de um discurso mais ameno e menos agressivo.
Tal como fez em 2002, Lula tenta convencer empresários e, diversos encontros e jantares com representantes das maiores fortunas do país, seu calo tem sido o agronegócio, campo dominado pelo atual Presidente com apoio da “bancada do boi” e defendendo pautas desse setor. Ao se aliar a Alckmin, estrategicamente Lula pretende repetir o sucesso da sua campanha de 2002, deixando o discurso mais exaltado para as suas bases. Pelo, menos em tese os dividendos políticos desses encontros com empresários tem sido positivo para o Ex presidente, que carrega a missão de criticar as políticas econômicas do Governo atual, e convencer a classe empresarial que será capaz de colocar o país nos trilhos do superávit e queda da inflação, além da confiança internacional para impulsionar exportações.
Por outro lado, os marqueteiros do Presidente Bolsonaro têm a difícil missão de “controlar” o discurso bélico do atual mandatário, sobretudo em relação às acusações sem prova contra o sistema eleitoral, e críticas ao STF. A jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo apurou que além dessa pauta, Bolsonaro pretende atrair o público feminino, trazendo a fala da a primeira dama Michele e solicitando que todas as autoridades levem suas esposas ao palco, essa é a tentativa de melhorar seu desempenho junto às mulheres. O discurso do presidente, segundo Malu Gaspar, não trará menções ao TSE ou STF e dará enfoque às realizações do governo, além de enfatizar seu posicionamento defendendo seus motes de família e liberdade.
A jornalista Do Globo também apurou que a imprensa terá entrada separada e toda a segurança do evento foi orientada a não permitir agressões à imprensa.
A morte do petista Marcelo Arruda no dia 10/07 acendeu o sinal de alerta nas agências de marketing que atendem Lula e Bolsonaro, trazendo a preocupação com o acirramento e acusações de incitação direta à violência a ao ódio.
Após as convenções que estão políticas que estão marcadas para os dias 21/07 (Lula) e 24/07 (Bolsonaro), será possível analisar se esse discurso mais palatável será mantido. Uma coisa é certa, grande parte dos eleitores de Lula está receosa de sair às ruas com camisas ou qualquer acessório que remeta o candidato petista.
Agora só nos resta acompanhar os desfechos dessa campanha que tem a marca da polarização extrema e do discurso de ódio como principais ingredientes.