Eduardo Bolsonaro entra na mira da PF por espalhar pânico entre correntistas do Banco do Brasil

Governo Lula entrou com pedido para que a PF investigue Eduardo Bolsonaro e outros bolsonaristas por difusão de fake news sobre o banco

A ofensiva de bolsonaristas contra o Banco do Brasil agora virou caso de polícia. A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou à Polícia Federal (PF), nesta segunda-feira (25), notícia-crime pedindo a abertura de inquérito para investigar a propagação de notícias falsas que poderiam desestabilizar o Sistema Financeiro Nacional.

Segundo a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), setor da AGU responsável pela ação, as publicações têm “potencial de fomentar uma verdadeira corrida bancária para retirada de valores dos bancos” e causar prejuízos de grande escala à economia brasileira.

O Banco do Brasil foi quem acionou a AGU, após registrar, na sexta-feira (22), a circulação de postagens com “fatos de extrema gravidade”, classificando-as como um risco à normalidade institucional.

Deputados são citados em denúncia

Entre os nomes citados estão os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Gustavo Gayer (PL-GO). No dia 20 de agosto, Eduardo afirmou em seu canal no YouTube que o Banco do Brasil seria cortado das relações internacionais e estaria a caminho da falência. Já Gayer escreveu em suas redes sociais: “Tirem seu dinheiro dos bancos, Moraes vai quebrar o Brasil”.

A AGU aponta que as mensagens surgiram como reação às sanções impostas pelos Estados Unidos contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, baseadas na chamada Lei Magnitsky. Embora as medidas norte-americanas não tenham qualquer relação com a estabilidade do Banco do Brasil, as publicações sugeriram que os correntistas deveriam retirar seus recursos da instituição.

“Observa-se uma ação articulada de disparo massivo de publicações que buscam aterrorizar a sociedade com a perspectiva iminente de um colapso no sistema”, destacou a AGU no documento.

Pressão política e risco econômico

Além dos parlamentares, outros perfis foram listados por replicarem conteúdos semelhantes, inicialmente produzidos para o canal AuriVerde Brasil, no YouTube.

O governo federal alerta que o movimento não apenas tenta criar pânico entre os clientes do banco, mas também tem “intenção política” ao vincular um suposto colapso ao trabalho de ministros do Supremo Tribunal Federal. A PNDD pediu que a PF apure a materialidade e a autoria das condutas, destacando que elas podem se conectar a investigações já em curso no STF.