A cúpula nacional do Progressistas (PP) avalia impor aos diretórios estaduais e municipais uma posição oficial de oposição ao presidente Lula (PT), caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seja confirmado como candidato à Presidência em 2026.
A iniciativa faz parte da articulação para consolidar a futura federação com o União Brasil, que deve se chamar União Progressista. A ideia é garantir um palanque nacional coeso, sobretudo no Nordeste, onde diretórios do PP ainda preservam laços com o governo federal — como ocorre na Paraíba, Bahia e Maranhão.
Na Paraíba, a situação é especialmente sensível. O vice-governador Lucas Ribeiro (PP) integra a base de João Azevêdo (PSB), aliado de Lula. A determinação de romper com o Planalto pode provocar divisões internas.
De acordo com dirigentes do partido, “não haverá espaço para divisões em 2026”, mesmo em estados onde Lula mantém alta popularidade. A orientação é de que quem estiver na federação terá que adotar a linha de oposição ao governo federal.
O senador paraibano Efraim Filho (União Brasil), um dos principais articuladores da nova federação, já se posicionou publicamente pela ruptura definitiva: “A União Progressista precisa deixar claro que será oposição em 2026. Não podemos ter um discurso nacional e outro nos estados”, afirmou.
Nos bastidores, Efraim também busca assumir o comando do bloco na Paraíba, movimento que deve intensificar o embate com o grupo liderado por Lucas Ribeiro.
Outro efeito imediato da mudança pode ser a perda de espaços em cargos federais hoje ocupados por quadros ligados ao PP e União Brasil no estado. Um comunicado divulgado no início de setembro já orientava os filiados a entregarem suas funções, e a expectativa é de que, com o novo alinhamento nacional, esses postos sejam rediscutidos.
Leia o comunicado:
“Comunicado da Federação União Progressista
Informamos a todos os detentores de mandato que devem renunciar a qualquer função que ocupem no governo federal.
Em caso de descumprimento desta determinação, se dirigentes desta Federação em seus estados, haverá o afastamento em ato contínuo. Se a permanência persistir, serão adotadas as punições disciplinares previstas no Estatuto.
Esta decisão representa um gesto de clareza e de coerência. É isso que o povo brasileiro e os eleitores exigem de seus representantes.
Brasília, 02 de setembro de 2025″