Agentes da PF feridos por Jefferson não aceitam encontrar Bolsonaro

Delegados e agentes da Polícia Federal feridos por Roberto Jefferson no último domingo (23/10) não aceitaram encontrar Jair Bolsonaro após o ataque de seu aliado.

A agente Karina de Oliveira teve ferimentos no rosto e na coxa e ficou com estilhaços de granada no quadril, segundo a perícia da PF. O delegado Marcelo Villela foi ferido na cabeça e disse, em seu depoimento, que um exame de Raio X constatou que ficou com dois fragmentos, possivelmente de vidro, em seu crânio.

O delegado e os agentes da Polícia Federal feridos por Roberto Jefferson no último domingo (23/10) não aceitaram encontrar Jair Bolsonaro após o ataque de seu aliado. O presidente havia dito que gostaria de encontrá-los, mas os policiais se recusaram, para evitar que fossem usados politicamente por Bolsonaro, que tenta estancar a sangria que a crise protagonizada por Jefferson trouxe para sua campanha.

Bolsonaro, após o ataque de Roberto Jefferson, disse que “o tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido”, mas não discursou em defesa dos agentes feridos.

Sangue na cabeça, estilhaços no crânio e gritos de ‘ferido’: os relatos dos policiais federais sobre prisão de Roberto Jefferson

Por volta do meio-dia do domingo, um dos quatro policiais federais encarregados de prender o ex-presidente nacional do PTB Roberto Jefferson tocou a campainha da sua casa em Comendador Levy Gasparian (RJ). Uma mulher que não se identificou perguntou o que queriam e, após a Polícia Federal se apresentar, disse aos agentes: “Vai embora que vai dar merda”.

Os atos seguintes ganharam repercussão nacional neste domingo: Jefferson apareceu na varanda da sua residência e atacou os policiais com granadas e 50 tiros de fuzil. Por isso, foi indiciado por quatro tentativas de homicídio.

Os quatro participantes da ação relataram em detalhes, em depoimentos concedidos à PF, o episódio de ontem. Enquanto o agente da PF Heron Costa Peixoto estava no portão aguardando uma autorização para entrar na residência, Jefferson apareceu na varanda e se comunicou com os outros três policiais que aguardavam próximos da viatura. “Eu não vou com vocês”, teria dito, conforme o relato de um dos policiais.

Ato contínuo, Jefferson mostrou uma granada, tirou o pino dela e avisou que iria arremessá-la em direção à viatura. De acordo com a agente da PF Karina Oliveira, Jefferson teria dito: “Vocês estão juntinhos aí, vão machucar”. Primeiro, o ex-deputado lançou o artefato. “Ato contínuo, ele puxou um fuzil que estava escondido (abaixo da visão do muro) e começou a atirar”, contou o delegado Marcelo Villela.

Os policiais rapidamente correram para se abrigar na parte traseira da viatura. Um deles, o agente Heron, devolveu com disparos de pistola, para tentar conter o ímpeto de Jefferson. A agente Karina, então, gritou: “Policial ferido”. Ela percebeu que havia sido atingida por estilhaços dos disparos. Villela também começou a sentir sangue escorrendo por sua cabeça, que tapava a visão do olho direito. “Em determinado momento o declarante sentiu o sangue descer de sua cabeça; que em determinado momento a quantidade de sangue era muito grande, atrapalhando a visão do olho direito”, disse em seu depoimento.

Ao olhar para o lado, Heron percebeu os dois colegas feridos e ensanguentados. Karina disse que iria desmaiar. Poucos minutos depois da ação, os tiros de Roberto Jefferson cessaram.

O escrivão Daniel da Costa, que também participava da operação, disse que um homem então apareceu e se apresentou como cunhado de Jefferson, oferecendo ajuda para levar os dois policiais feridos a um hospital no próprio município de Comendador Levy Gasparian (RJ). Depois, eles foram transferidos para Três Rios (RJ)

Após serem examinados, os ferimentos de Karina e Villela foram considerados leves pelos médicos. Mas os estilhaços que atingiram o delegado estavam alojados no seu crânio, conforme contou em depoimento. “O declarante foi examinado e após o raio-x, constatou-se dois fragmentos, possivelmente de estilhaços, no crânio do declarante”, disse. “Foi possível ver que a APF KARINA tinha sido alvejada em cima do olho e na cintura”, afirmou Villela sobre os ferimentos de sua colega.

Um despacho da PF após o auto de prisão em flagrante de Jefferson resumiu o ocorrido: “Após a primeira explosão, não obstante os policiais buscarem abrigo utilizando a viatura, a APF KARINA foi atingida por estilhaços na região da bacia, testa, perna e braços, e o DPF MARCELO por estilhaços na cabeça. Os policiais federais DPF MARCELO e EPF DANIEL dispararam em direção ao agressor para tentar cessar a agressão injusta”.

Prosseguiu a PF: “Ainda que o interrogado afirme que não teve, em nenhum momento, intenção de matar os policiais federais e que queria apenas demonstrar que estava insatisfeito com a presença policial e com a decisão desfavorável, ele, minimamente, aceitou o risco ao disparar mais de 50 vezes e lançar 03 granadas contra a equipe”.

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