Por que só o Exército pode tirar acampamento golpista em Brasília?
Depois dos atos de vandalismo em Brasília na segunda-feira passada (12), aliados petistas passaram a defender a retirada imediata do acampamento bolsonarista montado em frente ao quartel-general do Exército na capital federal.
O principal motivo de preocupação é a proximidade da posse do presidente eleito Lula (PT), que deve reunir entre 100 mil e 150 mil pessoas. O receio é de que novas confusões aconteçam. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, parte dos manifestantes envolvidos nos atos de vandalismo vieram da instalação.
Entretanto, acabar com os acampamentos não é tão fácil assim. Isso porque somente a Polícia do Exército, unidade de segurança do Exército, pode tirá-los da frente dos quartéis, já que se trata de uma área militar.
Com isso, a ação da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e dos órgãos de segurança dos estados e do DF só podem agir mediante uma solicitação dos militares. O Metrópoles questionou o Exército se existe a expectativa de retirar os acampamentos, mas não houve resposta.
Lula quer fim de atos bolsonaristas
Nos bastidores, acredita-se que uma das primeiras ações do próximo presidente será pedir aos próximos comandantes-gerais das Forças Armadas a remoção das instalações em frente aos quartéis.
Antes mesmo dos atos de vandalismo, o petista já havia batido o martelo sobre a medida e compartilhado sua decisão com parlamentares da base aliada.
Os oficiais-generais que assumirão Exército, Marinha e Aeronáutica já foram selecionados por José Múcio Monteiro, futuro ministro da Defesa. São eles:
- Exército: general Julio Cesar de Arruda, atual chefe do Departamento de Engenharia e construção. É o mais antigo da tropa;
- Marinha: almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, atual comandante de Operações Navais da Marinha;
- Aeronáutica: tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, atual chefe do estado-maior da Aeronáutica;
- Comandante do Estado-maior das Forças Armadas: almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire, atual chefe do estado-maior da Marinha.