O áudio de uma conversa entre Ramagem e Bolsonaro veio à tona após o ministro Alexandre de Moraes retirar sigilo do áudio
A Polícia Federal começará a ouvir os envolvidos no caso da “Abin Paralela”, grupo que espionava as autoridades dos Três Poderes de forma ilegal. Um dos primeiros a serem ouvidos será o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) que depõe à PF nesta quarta-feira (17).
O áudio de uma conversa entre Ramagem e Bolsonaro veio à tona após o ministro Alexandre de Moraes retirar sigilo do áudio.
No áudio gravado pelo ex-diretor da Abin, ele sugere a abertura de um procedimento administrativo contra os funcionários responsáveis pelo inquérito dos filhos de Jair Bolsonaro. A gravação foi encontrada em meio a documentos de Ramagem durante a investigação.
“Eu acredito que a melhor saída é dentro da Receita [Federal], pegando sério. Com uma apuração que não tem como voltar atrás. É uma apuração administrativa que se travar, judicializa. Tem que ser lá de dentro”, disse Ramagem.
Segundo o parlamentar, o áudio foi gravado com consentimento de todos com a intenção de “registrar um crime contra Bolsonaro”.
“Essa gravação não foi clandestina. Havia o aval e o conhecimento do presidente. A gravação aconteceu porque veio uma informação de uma pessoa que viria na reunião, que teria contato com o governador do Rio à época [Wilson Witzel], que poderia vir com uma proposta nada republicana. A gravação seria para registrar um crime contra o presidente da República, só que isso não aconteceu. A gravação foi descartada!”, explicou.
Além do parlamentar, outros servidores envolvidos serão ouvidos pela Polícia Federal.