A advogada paraibana Edith Christina Medeiros Freire virou ré no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. A denúncia, feita pelo Ministério Público Federal (MPF), foi aceita pela maioria dos ministros da Corte, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com o relatório, Edith teve participação ativa na mobilização de caravanas da Paraíba para a capital federal, sendo responsável por arrecadar recursos, financiar ônibus e organizar a ida de manifestantes. Moraes destacou que ela constava em uma lista de passageiros que saíram de João Pessoa rumo a Brasília e que utilizou sua chave PIX para coletar doações.
O documento também aponta que a advogada recebeu apoio financeiro do deputado federal paraibano Cabo Gilberto Silva (PL) e R$ 900 de Everton Emmanuel da Costa Oliveira, administrador da página “Contra Golpe Brasil”, também envolvido nos atos. Além disso, Edith teria transferido R$ 16,7 mil ao motorista Edcarlos Cunha de Oliveira, responsável pelo transporte de manifestantes, além de fazer pagamentos a estabelecimentos comerciais, como restaurantes, o que reforça, segundo o STF, sua atuação no financiamento da logística do movimento.
Ela responde por seis crimes:
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Associação criminosa armada
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Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
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Dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União
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Deterioração de patrimônio tombado
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Concurso de pessoas
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Concurso material
A maioria dos ministros votou a favor da abertura da ação penal. André Mendonça e Luiz Fux acompanharam Moraes com ressalvas, enquanto Nunes Marques votou contra. O STF informou que o paradeiro de Edith é desconhecido e que ela tem se manifestado apenas por meio de sua defesa.