Alegando perseguição Bolsonaro planeja candidatura usando a mesma estratégia de Lula em 2018

Bolsonaro planeja estratégia para 2026 enquanto enfrenta acusações de golpe

O ex-presidente Jair Bolsonaro busca caminhos para se manter no páreo eleitoral, mesmo sob graves acusações de ter planejado um golpe de Estado e enfrentando investigações que envolvem seu nome e o de aliados próximos. Bolsonaro pretende se lançar candidato ao Palácio do Planalto em 2026, tendo como vice o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Caso seja impedido pela Justiça Eleitoral, ele planeja replicar a estratégia utilizada por Luiz Inácio Lula da Silva em 2018, quando o então candidato foi substituído por Fernando Haddad a poucos dias da eleição.

Apesar de estar inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro confia em brechas jurídicas para apresentar sua candidatura. Segundo aliados, o plano inicial é insistir até o limite do calendário eleitoral. Caso seus recursos sejam rejeitados, Eduardo Bolsonaro, que foi o deputado federal mais votado de São Paulo em 2022, assumiria a cabeça de chapa, aproveitando a força eleitoral do clã Bolsonaro.

Paralelamente, Bolsonaro enfrenta acusações de envolvimento em uma trama para desestabilizar o Estado Democrático de Direito. A Polícia Federal encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de indiciamento de Bolsonaro e outras 36 pessoas, incluindo generais como Braga Netto e Augusto Heleno. Em sua defesa, Bolsonaro nega qualquer participação em planos golpistas e afirma que as acusações são infundadas.

“O que está acontecendo é uma loucura. Golpe de Estado é algo sério, e jamais passou por mim qualquer discussão nesse sentido”, declarou Bolsonaro ao chegar a Brasília. Ele criticou o inquérito conduzido pela Polícia Federal, apontando a ausência do Ministério Público no processo e questionando a validade das investigações.

O advogado de Bolsonaro, Paulo Amador da Cunha Bueno, reforçou a necessidade de participação da Procuradoria-Geral da República (PGR) na análise do caso. “Esperamos que o procurador tenha cautela ao examinar o relatório da PF, já que em gestões anteriores houve pedidos de arquivamento de inquéritos que foram ignorados”, comentou.

Bolsonaro sustenta que todas as ações durante seu governo foram realizadas dentro das “quatro linhas da Constituição”. Ele argumentou que um golpe seria inviável e desastroso para o Brasil, tanto no cenário interno quanto no externo. “Nunca convoquei Forças Armadas para qualquer ato antidemocrático. É absurdo pensar que eu faria algo assim”, defendeu.

Enquanto tenta articular sua estratégia eleitoral, Bolsonaro também busca se desvencilhar das acusações que ameaçam sua permanência no cenário político. A oposição, no entanto, mantém a pressão para que as investigações avancem, potencialmente comprometendo suas chances em 2026.

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