O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), entregou nesta sexta-feira (26) sua carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), oficializando o desligamento já antecipado na semana passada, após o União Brasil decidir deixar os cargos no governo federal.
A pedido de Lula, Sabino seguirá no cargo até a próxima quinta-feira (2) para acompanhá-lo em agenda oficial em Belém (PA), durante a entrega de obras ligadas à COP30, evento climático que ocorrerá na capital paraense em 2025. “Cumpri a decisão do meu partido e entreguei minha carta ao presidente. A minha vontade é continuar o trabalho, mas sigo respeitando a orientação da sigla”, afirmou o ministro, que é deputado federal licenciado pelo Pará. Ele deve retornar à Câmara após deixar a Esplanada.
Sabino buscou manter o diálogo com Lula e aliados para permanecer na função, pelo menos até a COP30. No entanto, a resolução do União Brasil — aprovada em 18 de setembro — determinou que os filiados deixassem cargos na administração federal em 24 horas, sob risco de sanções disciplinares, incluindo expulsão.
Nos bastidores, o partido interpretou as recentes denúncias contra o presidente da sigla, Antonio Rueda, como uma ação política orquestrada. Reportagens indicaram suposta ligação de Rueda com integrantes do PCC — o dirigente nega qualquer envolvimento. O União Brasil afirmou que há uma “percepção de uso político da estrutura estatal” para desgastá-lo.
Apesar da pressão sobre os filiados, os ministros Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Juscelino Filho (Comunicações) não estão na mira da resolução, já que não são filiados ao partido e ocupam os cargos por indicação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil–AP).