Ainda nos EUA, para onde fugiu em dezembro para não entregar a faixa presidencial a Lula, Jair Bolsonaro (PL) teria mandado recado proibindo a esposa, Michelle Bolsonaro, de iniciar as viagens pelo Brasil como presidenta do PL Mulher, cargo dado a ela por Valdemar da Costa Neto, que comanda a sigla, e no qual tomará posse nesta terça-feira (21).
Bolsonaro já havia desautorizado que membros do partido, principalmente Costa Neto, falasse de uma possível candidatura à Presidência da esposa ao reencontrar Michelle na semana passada nos EUA, para onde ela viajou para combinar a narrativa sobre o caso das joias sauditas.
“Não é candidata para o Executivo”, disse Bolsonaro logo que reencontrou a esposa.
Bolsonaro não quer que Michelle saia em viagem enquanto ele estiver nos EUA. O ex-presidente tem adiado sistematicamente sua volta ao Brasil por medo de ser preso. A última previsão dada por Bolsonaro é de que voltaria em abril, mas que analisaria a conjuntura política antes de tomar a decisão.
O PL pretendia dar início a uma caravana de Michelle pelo Brasil para aumentar a adesão de mulheres no partido com vistas às eleições municipais do ano que vem.
A ex-primeira-dama também é tratada como um plano B caso o marido, Jair, fique impedido de disputar as eleições em 2026.
No entanto, as especulações sobre o tema não tem agradado em nada o núcleo principal do clã Bolsonaro composto por Jair e seus filhos Flávio, Eduardo e Carlos.
Para Jair Bolsonaro, a insistência de Valdemar em estimular uma futura candidatura da ex-primeira-dama a um cargo majoritário pode levar ao “rompimento do bolsonarismo com o PL”. A justificativa: os filhos não aceitariam “de jeito nenhum”.