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Bolsonaro quer barrar decisão do STF que liberou transporte público gratuito no segundo turno: ENTENDA

Nesta terça (18), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso liberou prefeituras e empresas concessionárias para oferecerem transporte público de forma gratuita no dia do segundo turno. O ministro atendeu e um pedido do partido Rede Sustentabilidade. No primeiro turno, a abstenção de votos atingiu o maior índice desde 1998, quando 21,5% não foram votar. No 2 de outubro, 20,9% % não compareceram, o que equivale a 32,7 milhões de eleitores. A decisão de Barroso pretende facilitar o deslocamento dos eleitores e diminuir as abstenções. Bolsonaro, entretanto, parece não se importar com aqueles que não conseguiram comparecer às urnas, uma vez que pressionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para se posicionar contra a medida.

Bolsonaro ser contra uma deliberação que favorece o voto dos mais pobres, que são aqueles que têm mais dificuldade em pagar o transporte público, não é surpresa. Na última pesquisa Ipec, Bolsonaro apareceu com apenas 33% dos votos válidos entre pessoas com renda familiar de até um salário mínimo, enquanto Lula tem 67% desse eleitorado. Ou seja, há uma explícita tendência dos eleitores mais pobres escolherem o petista. Essa é a preocupação dos aliados de Bolsonaro. Existe um receio que a gratuidade do transporte público durante o dia 30 de outubro possa favorecer Lula no segundo turno.

Barroso permite oferta de transporte público gratuito no segundo turno das eleições

Ministro estabeleceu que prefeitos e concessionárias do serviço podem usar ônibus escolares e outros veículos. Fixou ainda que gestores não poderão ser punidos por abuso de poder político.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (18) que prefeituras e empresas concessionárias possam oferecer, voluntariamente e de forma gratuita, serviço de transporte público no dia 30 de outubro, segundo turno das eleições.

Na decisão, o ministro afirma que a prática não pode levar a punição de prefeitos e gestores por crimes eleitorais ou de improbidade administrativa. Isso porque a medida tem o objetivo de viabilizar a garantia constitucional do direito de voto.

Barroso deixa expresso ainda que não pode haver qualquer discriminação de posição política no serviço.