Bolsonaro tentou escapar para um terceiro país além dos EUA e Argentina

Em ofício encaminhado ao STF, Paulo Gonet considerou “de bom alvitre” o reforço no monitoramento do ex-presidente

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal intensifique a vigilância sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida busca impedir que o ex-mandatário deixe o país para escapar de uma provável condenação no julgamento por tentativa de golpe de Estado, previsto para começar na próxima semana.

O temor de fuga não é infundado. Além de ter passado uma temporada nos Estados Unidos e de já ter esboçado um pedido de asilo ao presidente argentino Javier Milei, Bolsonaro também se refugiou por duas noites na embaixada da Hungria, em Brasília, após ter o passaporte apreendido. À época, estava pronto para pedir proteção ao primeiro-ministro Viktor Orbán, seu aliado político na Europa.

Em ofício encaminhado ao STF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, considerou “de bom alvitre” o reforço no monitoramento de Bolsonaro. Moraes classificou a proposta como “adequada e necessária” para garantir a aplicação da lei penal.

As tentaitvas da defesa

Enquanto isso, a defesa de Bolsonaro vem tentando, sem sucesso, adiar ou transferir o julgamento. Primeiro, pediu a retirada do caso da competência do Supremo. Depois, tentou deslocar a análise da Primeira Turma para o plenário. Ambas as tentativas foram rejeitadas.

Apesar das evidências, Bolsonaro nega a intenção de deixar o país. Atualmente, cumpre prisão domiciliar a poucos minutos do setor das embaixadas na capital federal. No dia em que recebeu a tornozeleira eletrônica, chegou a ironizar: “Sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem”.