Em matéria publicada pelas jornalistas Marianna Holanda e Nathália Garcia da Folha, apuraram as informações de que os cubanos não teriam como pagar as dívidas que teriam contraído com o Brasil.
De acordo com a matéria, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Cuba nesta sexta-feira (15) para um encontro do G77, uma coalizão de países em desenvolvimento, onde também estará presente a China. Durante sua visita, questões econômicas e comerciais cruciais estariam em pauta, incluindo a renegociação da dívida de US$ 538 milhões que Cuba possui com o Brasil.
Cuba teria comunicado às autoridades brasileiras que está enfrentando dificuldades econômicas e busca algum tipo de flexibilidade por parte do governo Lula para retomar os pagamentos em atraso de sua dívida. Essa flexibilidade pode incluir um desconto no valor total devido, a possibilidade de utilizar moedas alternativas ao dólar ou até mesmo efetuar pagamentos por meio de commodities cubanas.
As negociações sobre a renegociação da dívida ainda estariam em uma fase inicial, sem expectativas imediatas de anúncios sobre os termos ou um cronograma de pagamento. Durante uma reunião preparatória, o governo brasileiro mencionou a possibilidade de um “haircut” na dívida, referindo-se a uma redução no montante devido.
Desde 2018, Cuba não tem honrado suas parcelas de financiamento às exportações brasileiras por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), resultando em um passivo considerável. A dívida atual é de aproximadamente US$ 538 milhões, mas há uma obrigação futura adicional de cerca de US$ 520 milhões até 2038, elevando a cifra total para aproximadamente US$ 1,1 bilhão.
Além das dificuldades econômicas, Cuba enfrenta desafios comerciais significativos devido a um embargo de longa data, que foi intensificado quando o país foi novamente listado pelos Estados Unidos como um país patrocinador do terrorismo em 2021. Essa situação tem impactado negativamente o desenvolvimento econômico cubano, uma preocupação que o presidente Lula pode abordar durante suas reuniões.
A lei brasileira diz que renegociações de dívidas do Executivo devem ser aprovadas pelo Senado Federal.