Arrecadando R$ 17,1 milhões via Pix, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta o não pagamento de suas multas com o Estado de São Paulo. Apesar dos esforços, a dívida junto à Secretaria de Saúde do Estado ainda se acumula em mais de R$ 1 milhão.
Em junho, uma campanha de doações por Pix foi realizada por deputados e influenciadores bolsonaristas, alegando que Bolsonaro seria vítima de “assédio judicial” e necessitaria de auxílio para quitar “diversas multas em processos absurdos”. Contudo, mesmo com o valor arrecadado sendo suficiente para pagar suas multas quase 17 vezes e representando oito vezes o valor de seus bens declarados ao TSE, o ex-presidente ficou inscrito na dívida ativa de São Paulo e enfrenta cinco ações de execução fiscal movidas pela Fazenda Pública do Estado.
Revelado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o montante de R$ 17,1 milhões arrecadados através de 769 mil transações via Pix entre janeiro e julho deste ano foi aplicado por Bolsonaro em investimentos de renda fixa, conforme informações do Coaf.
A defesa do ex-presidente alegou que o recebimento dos valores é lícito e provem de milhares de doações realizadas via Pix por seus apoiadores, tendo origem absolutamente legal. No entanto, a dívida com o Estado de São Paulo continua pendente, e Bolsonaro tem R$ 824.295,60 em ativos e ativos financeiros bloqueados.
Além disso, o relatório do Coaf também mencionou o tenente-coronel da ativa Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid recebeu depósitos de R$ 1,4 milhão em seis meses, com movimentações consideradas “atípicas” entre julho de 2022 a maio deste ano. O Coaf atendeu ainda uma remessa “atípica” de R$ 368 mil enviada por Cid para os EUA em janeiro de 2023, quando Bolsonaro já estava no país, levantando suspeitas de “tentativa de burla fiscal e/ou ocultação de patrimônio”.