Câmara de Caaporã reage a denúncias contra prefeito e promete apurar fatos com transparência

A Câmara Municipal de Caaporã divulgou nota, nesta quinta-feira (18), em que manifesta “surpresa” diante de denúncias veiculadas pela imprensa envolvendo o prefeito Chico Nazário. As matérias apontam suposto envolvimento do gestor em crimes eleitorais, favorecimento ilícito durante as eleições de 2024, além de possíveis atos de improbidade administrativa e crimes contra a administração pública.

No comunicado, o Legislativo municipal destacou que os fatos são “graves” e exigem “redobrada atenção” dos órgãos de fiscalização.

O texto também ressalta que uma das principais atribuições da Câmara é fiscalizar os atos do Poder Executivo e zelar pela transparência na administração pública.

“Cumpriremos nosso papel institucional de acordo com a Constituição Federal e a Lei Orgânica do Município, resguardando os direitos fundamentais do contraditório, ampla defesa e devido processo legal de todos os envolvidos”, afirmou a Casa em nota.

A Câmara informou ainda que acompanhará o andamento das apurações e reforçou o compromisso com o equilíbrio entre os poderes e a defesa dos interesses da população caaporense.

ENTENDA O CASO

Um vídeo, que circula nas redes sociais, mostra o prefeito de Caaporã recebendo uma bolsa com grande quantia em dinheiro pouco antes da campanha eleitoral de 2024. A gravação levanta suspeitas de caixa dois.

Segundo relatos, o montante — estimado em R$ 400 mil — teria sido entregue pelo consultor financeiro Sandro Trajano em troca da promessa de contratos com a Prefeitura. Após a posse, Trajano foi nomeado secretário de Articulação Política e a empresa HAC Serviços Ambientais passou a assumir a coleta de lixo por R$ 270 mil mensais, valor superior ao contrato anterior.

Na gravação, o então candidato demonstra receio de ser flagrado: “Essa minha casa não tem muro na frente, eu fico com medo de colocarem uma câmera e o cara sair com dinheiro”.

A assessoria do prefeito disse que ele só comentará após tomar ciência das denúncias. Sandro Trajano afirmou que se pronunciará apenas ao Ministério Público. Já o empresário Hilton Amorim Cunha, dono formal da empresa contratada, negou relação com o gestor e disse que venceu a licitação de forma regular.

VEJA A NOTA:

“A Câmara Municipal de Caaporã vem perante toda população caaporense informar que recebeu com surpresa os fatos tornados públicos pelas matérias divulgadas pela imprensa, nas quais apontam suposto envolvimento na prática de crimes eleitoras e favorecimento ilícito em favor da chapa vitoriosa nas eleições de 2024, além de supostos atos que implicariam em improbidade administrativa e crimes contra administração pública por parte do atual gestor do Poder Executivo municipal.

Os fatos são graves e merecem redobrada atenção dos órgãos de fiscalização.

Dentre as funções do Poder Legislativo está a incumbência de defender os interesses da população e fiscalizar os atos e a administração do poder executivo, assegurando a transparência e o equilíbrio entre os poderes.

Diante disso a Câmara de Vereadores de Caaporã informa que irá cumprir com o seu papel institucional de acordo com a Constituição Federal e Lei Orgânica do Município, resguardando os direitos fundamentais do contraditório, ampla defesa e devido processo legal de todos os envolvidos nos episódios publicizados”.