Certo ou duvidoso?
CHECAGEM DOS FATOS: Bolsonaro distorce realidade em sabatina no Jornal Nacional

Bolsonaro Jornal Nacional

 

O Jornal Nacional deu largada, na noite dessa segunda-feira, às entrevistas com os presidenciáveis das Eleições 2022. O primeiro a sentar na cadeira do principal telejornal da Rede Globo foi o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), que teve uma participação um tanto problemática nos momentos em que precisou responder sobre os temas postos à mesa para resposta.

A agência de chegagem Aos Fatos fez as análises das falas de Bolsonaro e separou o que foi verdadeiro e o que foi falso ao longo dos 40 minutos de sabatina. Separamos a checagem sobre alguns trechos. Confira abaixo:

Sobre Bonner citar xingamento aos ministros do STF

BOLSONARO: “Você não está falando a verdade quando fala em xingar ministro. Isso não existe. É uma fake news da sua parte”.

(É FALSO! Durante a manifestação do dia 7 de setembro de 2021, o presidente chamou Moraes de “canalha”. O xingamento foi repetido em julho de 2022 após o ministro prorrogar o inquérito que investiga as milícias digitais. Em relação a Barroso, Bolsonaro se referiu ao magistrado como “filho da p*” no dia 6 de agosto de 2021. Dias antes, ele já havia chamado o ministro de “criminoso” e “mentiroso” por suas posições contra o voto impresso)

Sobre pedido de auditoria do PSDB nas eleições de 2014

BOLSONARO: “Serão respeitados os dados das urnas desde que as eleições sejam limpas e transparentes. Quando você diz que são auditáveis, em 2014 não aconteceu isso. Tudo bem. Vamos botar um ponto final nisso?”

(É FALSO que não seja possível fazer auditoria nas eleições brasileiras. A Justiça Eleitoral permite que os sistemas de votação sejam requisitados para análise e verificação a qualquer momento. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), é possível fazer auditorias antes e depois da eleição, dos códigos-fonte do sistema da urna eletrônica e da votação, por meio dos boletins de urna, que neste ano serão divulgados na internet no mesmo dia da apuração. As máquinas têm elementos que possibilitam a auditoria eletrônica: o Registro Digital do Voto, que tem a função de recuperar os sufrágios para recontagem eletrônica, caso seja necessário, e o log da urna eletrônica, arquivo do registro cronológico de todas as operações realizadas pelo software da máquina. Para embasar a alegação falsa, Bolsonaro usa o resultado de uma auditoria solicitada pelo PSDB, em 2014, para averiguar o resultado da eleição presidencial daquele ano, que concluiu não ter havido fraude.)

Sobre o atraso nas compras da vacina da Covid-19

BOLSONARO: “Não houve suspensão da minha parte. A questão da Pfizer. No contrato da Pfizer estava escrito não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Outra coisa: a Pfizer não apresentou os efeitos colaterais.”

(NÃO É BEM ASSIM! Ao tentar justificar o motivo de ter atrasado a compra de vacinas contra a Covid-19 da Pfizer, o presidente diz que a empresa não havia apresentado quais eram os efeitos colaterais do imunizante. No entanto, o estudo de fase três, cujo objetivo é demonstrar a eficácia da substância analisada, foi publicado ainda em dezembro de 2020 e contava com a relação de eventos adversos observados. A vacina obteve o registro definitivo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em fevereiro de 2021. Após a autorização, foi publicada a bula da vacina, que também contém informações sobre efeitos adversos. O governo federal, no entanto, assinou o primeiro contrato com a empresa somente em março daquele ano. A Pfizer havia enviado oito propostas para o Brasil entre agosto e dezembro de 2020, além de uma nona tentativa em fevereiro de 2021.)

Sobre as declarações sobre a pandemia do novo coronavírus

BOLSONARO: “Brincadeira é, no momento difícil pro Brasil, a imprensa desautorizar os médicos pela sua liberdade de criticar. Esse foi o grande problema. E outra coisa: eu não errei nada do que eu falei sobre a pandemia.”

(É FALSO! Ao longo da pandemia de Covid-19, Bolsonaro deu várias declarações que se provaram erradas sobre a gravidade da doença, as medidas de proteção e a eficácia das vacinas. Ele defendeu o uso de medicamentos que não se mostraram eficazes contra a doença, como a hidroxicloroquina e a ivermectina. O presidente também foi contra o uso de máscaras e a adoção do isolamento social, medidas que a ciência demonstrou serem eficientes para conter a transmissão do vírus. O mandatário ainda afirmou diversas vezes que as vacinas aprovadas para uso no Brasil eram experimentais. Todos os imunizantes aplicados no país passaram por três fases de testes, quando tiveram segurança e eficácia comprovadas)

Sobre o lockdown

BOLSONARO: “Hoje muitos países já falam que o lockdown foi um erro. Que as pessoas se contaminavam muito mais em casa do que nas ruas.”

(É FALSO que autoridades de diversos países afirmaram que as medidas de isolamento adotadas durante a pandemia de Covid-19 foram um erro. Em buscas na imprensa, Aos Fatos não encontrou qualquer declaração do tipo. Em junho de 2020, no entanto, o epidemiologista responsável pela estratégia de enfrentamento da pandemia na Suécia — que não adotou medidas de restrição tão severas e foi citada como referência por Bolsonaro à época — admitiu que ter ido na contramão do mundo pode ter causado mais mortes no país. O isolamento foi apontado por diversos estudos científicos como uma forma eficaz de conter a transmissão da Covid-19. Em julho de 2020, por exemplo, o British Medical Journal publicou uma pesquisa que mostrou que a abordagem levou a uma diminuição média de 13% na incidência de Covid-19 em 149 países ou regiões.)

Sobre economia e empregos

BOLSONARO: “A grande vacina a favor da economia em 2019 foram reformas, como por exemplo da previdência. Foi por exemplo a lei da liberdade econômica. Foi a modernização das NRs, das normas regulamentadoras. Milhares de normas nós deixamos de lado, nós revogamos. Então, a grande reforma da economia foi feita. Uma grande vacina. Foi feita em 2019. Que fez o que nós pudéssemos suportar em 2020. Nós pegamos 2020, 2021, e tivemos um saldo positivo de quase 3 milhões de empregos no Brasil.”

(NÃO É BEM ASSIM! Segundo os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência, foram geradas 2.771.628 vagas de trabalho no mercado formal em 2021. Em 2020, no entanto, não houve saldo positivo: foram fechados 192.746 postos. Foram criados no total, portanto, 2.578.882 milhões de empregos, um número menor do que o citado por Bolsonaro.)

Sobre a Amazônia

BOLSONARO: “Agora, quando se fala em Amazônia, por que não se fala também agora na França, que há mais de 30 dias está pegando fogo? A mesma coisa está pegando fogo na Espanha e Portugal. Califórnia pega fogo todo ano. No Brasil infelizmente não é diferente. Acontece. O pantanal sul-matogrossense é comum pegar fogo de forma espontânea.”

(É FALSO! Especialistas no bioma afirmam que não são comuns os incêndios naturais – também chamados de combustões espontâneas – na região. Kenny Tanizaki, professor de Ciências da Natureza da UFF (Universidade Federal Fluminense), explica que os incêndios naturais são raros no Pantanal e que a origem mais comum é a limpeza do terreno por meio do fogo e a conversão de áreas nativas em pastagens. Ao portal Terra, o pesquisador do SOS Pantanal Felipe Dias afirmou em 2019 que 99% dos incêndios no bioma são de origem humana. “Começa com uma ação do homem e, depois, fatores como a falta de umidade, o calor e o vento se incumbem de espalhar”.)

Sobre o agronegócio no Brasil

BOLSONARO: “O Brasil não merece ser atacado dessa forma. Vamos falar há um interesse em nosso agronegócio. É deixar o Brasil de lá agora cada vez mais o mundo ver. A própria presidente do OMC disse há dois meses, três meses atrás, disse o quê? Que o mundo sem o agronegócio do Brasil passa fome.”

(VERDADEIRO! Em encontro com a bancada ruralista em Brasília no dia 18 de abril, Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), disse: “Eu sei que o mundo não sobrevive sem a agricultura brasileira. Precisamos pensar nos desafios futuros, não só do Brasil, mas do mundo todo”)

 

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