Com Bolsonaro preso, Eduardo diz que Flávio é a “única opção” do bolsonarismo em 2026: Veja vídeo

Filho do ex-presidente rejeita articulações em torno de Tarcísio e defende candidatura de alguém de sua família

Apenas um dia após o início do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado de seu pai, Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) lançou a candidatura de seu irmão mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), à presidência em 2026.

Em entrevista ao site Poder 360 via videoconferência nesta quarta-feira (26), mesmo dia em que se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por coação da Justiça, Eduardo disse que Flávio é “a única opção do bolsonarismo” para as próximas eleições presidenciais.

A declaração de Eduardo aprofunda o racha na extrema direita com relação a 2026. Isso porque, com Bolsonaro inelegível até 2060, diferentes nomes, entre eles o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, se articulam para serem os representantes do campo político na disputa pelo Palácio do Planalto no próximo pleito. O deputado, entretanto, rejeita a candidatura de Tarcísio e defende que o candidato do bolsonarismo deve ser alguém de sua própria família — ampliando, assim, as chances de uma fragmentação de candidaturas de direita no ano que vem.

Na entrevista, Eduardo disse que pretende retornar ao Brasil, mas que está impedido devido aos processos que é alvo no STF, e que pretende apoiar um candidato que seja identificado com seus eleitores.

“Eu pretendo apoiar um outro candidato em 2026, desde que ele seja identificado com os meus eleitores que são bolsonaristas. Se, porventura, tivermos uma eleição onde ninguém represente esse sentimento, nós escolheremos entre os menos piores. Jamais enganarei as pessoas para que elas levem gato por lebre. Faremos nosso dever cívico com responsabilidade, até para não gerar falsas expectativas”, declarou.

O repórter, então, perguntou se “existe algum candidato” que Eduardo identifique com o bolsonarismo, ao que ele respondeu de forma direta: “Flávio Bolsonaro”. O jornalista ainda insistiu, questionando se haveria alguma outra opção. “Não”, finalizou o deputado.

Veja vídeo: 

Eduardo, Tarcísio e 2026

Em live na noite deste domingo (23), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sinalizou uma ação pró candidatura Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) à presidência ao analisar a decisão de Alexandre de Moraes para decretar a prisão preventiva do pai, Jair Bolsonaro, por violação da tornozeleira eletrônica em um possível plano de fuga.

No início de novembro, também em live, Eduardo classificou Tarcísio como “candidato do sistema” ressaltando que o ex-ministro de seu pai e atual governador de São Paulo “é o cara que o Moraes quer, que gostaria que fosse eleito, porque ele ainda viria com apoio de Jair Bolsonaro”.

“Chefe” do Ministério Público paulista, Costa classificou como “absurdo” a sanção a Moraes pela Lei Magnitsky e, segundo Eduardo, teria desengavetado casos envolvendo Eduardo Tagliaferro, ex-assessor Tribunal Superior Eleitoral que fugiu para a Itália após virar alvo de ação pelo vazamento de mensagens críticas ao ministro, que presidiu a corte.

“O Tagliaferro está na Itália denunciando Moraes. E o Moraes manda uma ordem de extradição de Tagliaferro. E o PGJ de São Paulo reabre casos do passado do Tagliaferro para tentar dar suporte ao Alexandre de Moraes”, disse o deputado, ironizando em seguida. “Não pode criticar, é São Paulo, é o governador Tarcísio”, sussura.

“PGJ de São Paulo, Procurador Geral de Justiça, é o equivalente ao PGR para o Brasil. Então, o PGR Gonet está para o Brasil, assim como o PGJ de São Paulo está para o Estado de São Paulo. Aí eu pergunto para vocês: vamos eleger um presidente verdadeiramente de direita? Aí é eleito uma pessoa de direita – esqueça o Tarcísio, tá? Falando aqui em hipóteses. Eleita uma pessoa que coloca ali de PGR o indicado do Moraes, olha que maravilha”, segue Eduardo.

Mais adiante, o filho “02” fala que a prisão do pai pode atingir a pretensão dele próprio e do irmão, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), de se colocar como candidato do clã na disputa presidencial.

“Interessam deixar o Eduardo Bolsonaro fora da corrida [presidencial], por quê? Porque o Eduardo Bolsonaro é um nome competitivo para a Presidência da República. Ah, Eduardo, você está se gabando… Eu não sei se eu seria eleito. Mas concordam comigo que quando tem o sobrenome Bolsonaro, as chances de você ser eleito aumentam e muito?”, indaga.

Em seguida, Eduardo cita Flávio, que no início da semana passada, antes da prisão de Bolsonaro, proliferou pela mídia liberal a intenção de se lançar candidato à Presidência colocando um nome do clã na cabeça de chapa, em claro recado ao levante da Terceira via em torno de Tarcísio de Freitas.

“Vocês acham que sem o sobrenome Bolsonaro, eu teria me tornado o deputado federal mais votado da história do país, com quase 2 milhões de votos – 1.843.735 votos para ser mais específico. É claro que não! Então, ele tirou Bolsonaro, está querendo tirar o Eduardo e está armando o canhão para cima do Flávio Bolsonaro”, afirmou.