Claudia Sheinbaum participou do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU, que ganhou um Prêmio Nobel da Paz em 2007
O México elegeu sua primeira mulher presidente, segundo projeções oficiais divulgadas nesta segunda-feira (3). A cientista Claudia Sheinbaum, de 61 anos, foi apelidada de “dama de gelo” pela adversária durante a campanha eleitoral.
O Instituto Nacional Eleitoral Mexicano apontou nesta segunda-feira que a candidata tem de 58,3% a 60,7% dos votos, enquanto a oponente Xóchiti Gálvez tem de 26,6% a 28,6%.
Sheinbaum foi prefeita da capital Cidade do México de 2018 a 2023. Durante o mandato, teve que lidar com a pandemia da Covid-19 e o desabamento de um viaduto do metrô, tragédia que causou 27 mortes.
Antes de se lançar na política, ela se formou em física pela UNAM (Universidad Nacional Autónoma de México) e fez pós-graduação em engenharia ambiental, além de pós-doutorado na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.
Claudia Sheinbaum participou do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC) que ganhou um Prêmio Nobel da Paz em 2007.
A eleição deste ano é um marco para o México, considerado o segundo pior país do mundo para ser mulher, de acordo com uma pesquisa do Instituto para Mulheres, Paz e Segurança (GIWPS) da Universidade Georgetown.
O levantamento apontou que o país tem o maior índice de violência política contra mulheres do mundo. Em 2022, foram registrados 537 casos, enquanto a média global é de 16 ocorrências anuais.
Dados do governo ainda revelam que dez mulheres foram assassinadas por dia no México em 2023.
Claudia Sheinbaum foi militante na juventude
A cientista foi uma jovem politicamente ativa na militância estudantil e ajudou a organizar uma greve na universidade em 1987, contra o aumento das mensalidades.
Os pais de Claudia Sheinbaum também eram de esquerda e participaram das manifestações históricas de 1968 no México. A população na época protestava contra os gastos públicos com os Jogos Olímpicos.
A família dela tem origem judia. Vindos da Lituânia, seus avós paternos chegaram ao México em 1920 fugindo da Segunda Guerra Mundial. Os avós maternos também eram judeus e chegaram da Bulgária em 1940.
“Dama de gelo”
Claudia Sheinbaum entrou na política em 2000 como secretária de Meio-Ambiente da Cidade do México, quando o atual presidente Andrés Manuel López Obrador era prefeito da capital.
Antes de ser eleita prefeita da cidade, em 2018, ela comandou o distrito de Tlalpan entre 2015 e 2017. O terremoto de 2017 fez uma escola de Tlalpan ruir durante seu mandato e 17 crianças morreram.
“Você ainda é fria, sem coração, eu a chamaria de dama de gelo”, afrontou Gálvez durante o primeiro confronto.
Claudia Sheinbaum tentou compensar a falta de carisma distribuindo sorrisos aos apoiadores e publicando vídeos bem-humorados no TikTok.
A engenheira se casou em 1987 com o político Carlos Ímaz, com quem teve uma filha. O casal se separou em 2016 e recentemente, em 2023, ela anunciou um novo casamento com seu namorado da faculdade, Jesús Tarriba, que reencontrou pelo Facebook.
Gracias, gracias, gracias; no les voy a fallar. Vamos a avanzar con el Segundo Piso de la Cuarta Transformación. pic.twitter.com/vwXlA7w54X
— Dra. Claudia Sheinbaum (@Claudiashein) June 3, 2024