Daniella Ribeiro rebate falas misóginas do ex-prefeito Aluísio Regis contra Karla Pimentel: “Artifícios rasteiros e desrespeitosos para atacar uma mulher”

A líder da Bancada Feminina no Senado Federal, senadora Daniella Ribeiro, publicou uma nota de repúdio em solidariedade à prefeita do município de Conde, Karla Pimentel, vítima de violência política de gênero.

A polêmica aconteceu após as declarações misóginas proferidas pelo ex-prefeito de Conde, Aluízio Régis, durante entrevista ao Podcast ‘Arena’, dos jornalistas Ivandro Oliveira, Helder Moura e Maurílio Batista, com participação de Nadja Palitot.

Na nota, Daniella destaca que ao tecer críticas sobre a gestão municipal de Karla Pimentel, o ex-prefeito saiu do âmbito público e legítimo, e partiu para declarações sobre a vida pessoal de Karla, “em uma clara tentativa de desqualificá-la como gestora”.

“É legítimo avaliar gestões públicas. Eu diria que é até necessário o papel da oposição por apontar problemas e lacunas nos mandatos de seus adversários. Desde que não se extrapole os limites, isso é salutar na política. Cobrar é aceitável; criticar também. O que é inconcebível, e totalmente condenável, é usar de artifícios rasteiros e desrespeitosos para atacar uma mulher que ocupa um cargo público. Isso tem nome: violência política de gênero”, disse Daniella.

Confira a íntegra da nota de repúdio:

“Como líder da Bancada Feminina no Senado Federal, senadora da República, mulher, venho a público repudiar veementemente as declarações dadas pelo ex-prefeito do município de Conde, Aluísio Regis, contra a atual prefeita Karla Pimentel, em entrevista concedida recentemente ao podcast Arena, exibido pelo Youtube, no dia 21 de março de 2023, e que só hoje tomei conhecimento.

Ao tecer críticas sobre a gestão municipal de Karla Pimentel, o ex-prefeito sai do âmbito público e legítimo, que é avaliar o mandato dela enquanto prefeita, e parte para declarações sobre a vida pessoal de Karla, tecendo comentários misóginos e desrespeitosos sobre sua aparência e sua vida privada, em uma clara tentativa de desqualificá-la como gestora.

Repito: é legítimo avaliar gestões públicas. Eu diria que é até necessário o papel da oposição por apontar problemas e lacunas nos mandatos de seus adversários. Desde que não se extrapole os limites, isso é salutar na política. Cobrar é aceitável; criticar também.

O que é inconcebível, e totalmente condenável, é usar de artifícios rasteiros e desrespeitosos para atacar uma mulher que ocupa um cargo público.

Isso tem nome: violência política de gênero.

E o meu papel, o nosso papel enquanto parlamentar, líder da Bancada Feminina, como senadora que também já sofreu tentativas de intimidação por ser mulher, é lutar contra isso. Violência política de gênero é crime.

A lei 14.192/2021 foi aprovada em julho de 2021, e eu fui a relatora. Não podemos retroceder. Não podemos admitir comportamentos e declarações misóginas como as que vimos no programa em questão.

Entraremos com medidas para punição dos responsáveis e nos solidarizamos com a prefeita Karla Pimentel pelas agressões covardes das quais ela foi vítima; assim como nos solidarizamos com a senadora Soraya Thronicke, que na semana passada foi xingada enquanto participava ao vivo de um programa de rádio. As ofensas vieram de um ouvinte e a senadora procurou a Polícia Federal para prestar queixa.

Conclamamos, inclusive, os profissionais de imprensa para que não permitam a propagação da violência política contra a mulher, que intervenham, que interrompam falas misóginas e declarações repugnantes como as que vimos nas duas situações aqui citadas. Contamos com vocês nessa luta.

Por Karla, por Soraya, por tantas outras mulheres que são vítimas de violência política de gênero, não vamos admitir. Queremos a punição conforme prevê a lei. Queremos respeito. Vamos lutar por isso. Não tenham dúvidas.”

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