Cientistas franceses divulgaram evidências sobre o surgimento de uma nova versão do coronavírus. OMS monitora aparecimento de casos
Cientistas da IHU Mediterranee Infection de Marselha, na França, divulgaram um estudo com novas evidências sobre o surgimento da variante Deltacron, uma versão híbrida do coronavírus que combina genes das variantes Delta e Ômicron.
Em artigo publicado na plataforma medRxiv na quinta-feira (8/3), os pesquisadores detalham três casos de pacientes do Sul da França que teriam apresentado a Deltacron. Análises feitas em laboratório mostram que o vírus combina o corpo da variante Delta com o gene da proteína spike da variante Ômicron, responsável por fazer a ligação com as células humanas.
“A análise estrutural do pico recombinante sugeriu que seu conteúdo híbrido poderia otimizar a ligação viral à membrana da célula hospedeira (de humanos). Esses achados levam a mais estudos sobre as características virológicas, epidemiológicas e clínicas deste recombinante”, escreveram os autores.Em entrevista à agência Reuters, o principal autor da pesquisa, Philippe Colson, afirmou que, pelo número reduzido de casos, ainda é cedo para saber se a Deltacron pode ser mais transmissível ou letal do que as versões anteriores do vírus.
“Durante a pandemia de Sars-CoV-2, duas ou mais variantes co-circularam durante os mesmos períodos de tempo e nas mesmas áreas geográficas. Isso criou oportunidades de recombinação entre essas duas variantes”, explicou Colson.