Na sexta-feira (15), no “RedeTVNews”, o jornalista Kennedy Alencar afirmou que os depoimentos dos ex-comandantes das Forças Armadas à Polícia Federal (PF) trazem a biópsia da tentativa de golpe do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mostram o golpismo recreativo de alguns militares ao seu redor:
“Depoimentos divulgados por Alexandre de Moraes trazem a biópsia da tentativa de golpe de Bolsonaro e mostram o golpismo recreativo do general Freire Gomes e do brigadeiro Batista Jr. Há o detalhamento e o calendário da tentativa de golpe. Os depoimentos destroem a defesa de Bolsonaro e seus fascistas.
O rigor do STF ao julgar os atentados de 8 de janeiro sinaliza para penas na casa dos 20 anos. Além de Bolsonaro, ficam mal na foto Anderson Torres, Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira, Felipe Martins, Eduardo Pazuello e Carla Zambeli, entre outros. Temos até o jurista do golpe, Ives Gandra da Silva Martins, cumprindo papel que foi visto em 64 e 68. A atuação de Freire Gomes não é heroica, mas omissa e covarde.
Batista Jr. diz que, se o Exército tivesse concordado com proposta de Bolsonaro, teria se consumado o golpe. Ora, Exército não foi feito para dar golpe. As Forças Armadas não são tutoras da vida civil, da democracia. Vimos comandantes das Forças Armadas indo ao Alvorada, cinco ou seis vezes, segundo Batista Jr., para ouvir ordem manifestamente criminosa, o que é proibido pelo Código Penal Militar.
Freire Gomes deu a letra porque a Polícia Federal investigou e Mauro Cid delatou. Não houve golpe porque a sociedade civil não aceitaria. Não havia apoio internacional, como em 64. As instituições que cumpriram o seu papel foram a PF, o TSE, o STF.
Os eleitores cumpriram o seu papel. No entanto, as Forças Armadas mostraram que continuam contaminadas pelo golpismo. Se Freire Gomes tivesse cumprido a Constituição, não teria havido o 8 de janeiro. Tolerou acampamento golpista. Assinou nota golpista. Recusou-se a participar de cerimônia de transmissão de comando no governo Lula. Boa parte da imprensa está batendo palma para o golpismo recreativo.
Em 2022, um desqualificado sentado na cadeira de presidente da República tramou um crime contra o país. Perto dos 60 anos do golpe de 64, é preciso ser vigilante em defesa da democracia.”