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Eduardo Bolsonaro já admite apoiar Tarcísio, “um tecnocrata de centro”, contra Lula

Após o fracasso na conspiração para livrar o pai, Jair Bolsonaro, da prisão, Eduardo admite apoio ao “candidato do sistema”: “Agora, não venham querer pintar o Tarcísio como uma pessoa de direita, porque ele não é”.

Isolado nos EUA e desacreditado entre aliados pelas mentiras que propagou, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) recuou e admitiu que vai apoiar a candidatura de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) na disputa presidencial contra Lula em 2026, embora não considere mais o aliado uma pessoa de direita.

“Onde o Lula estiver de um lado, eu estarei do outro. Se o Tarcísio for este candidato, a gente vai acabar falando, sim, de Tarcísio de Freitas”, afirmou em entrevista a Letícia Cassado, divulgada nesta sexta-feira (28) no portal Uol.

Desnorteado em meio ao fracasso da conspiração nos EUA para livrar o pai, Jair Bolsonaro (PL), da cadeia e réu por coação aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo afirmou, no entanto, que não vai “enganar o meu eleitor, porque existe uma relação de confiança” e dirá a verdade sobre Tarcísio.

“Agora, não venham querer pintar o Tarcísio como uma pessoa de direita, porque ele não é. O Tarcísio é um tecnocrata de centro que, no cenário político, ele acha que ainda há margem para o diálogo com o Moraes”, disse, em relação ao ministro Alexandre de Moraes, considerado o algoz do clã.

Eduardo também ressaltou que a estratégia da terceira via – consórcio que une Centrão, mídia liberal e Faria Lima – de angariar os votos dos apoiadores radicais de Bolsonaro sem o ex-presidente pode dar errado.

“Isso é um problema, porque achando, não especificamente o Tarcísio, mas o entorno dele, crendo que os votos da direita estão garantidos, ele tenta agradar o centro e a esquerda, e isso daí é uma estratégia errada”.

“Candidato do Sistema”

No início de novembro, Eduardo Bolsonaro cometeu sincericídio ao admitir que Tarcísio é o “candidato do sistema” que, segundo ele contaria até com o apoio de Moraes para encampar o “anti-Lula” pela chamada terceira via.

A declaração foi feita em uma longa live, de 37 minutos, em que Eduardo concorda até com o ex-ministro petista, José Dirceu, para atacar a deputada estadual bolsonarista Ana Campagnolo (PL-SC), que se rebelou contra a candidatura de Carlos Bolsonaro (PL-RJ) ao senado por Santa Catarina, escanteando a deputada Carol De Toni (PL-SC) e abrindo uma crise na direita no Estado.

Em resposta a um primeiro ataque de Eduardo, a aliada insurgente diz que sabe que ele “espera obediência em todas as propostas da família” e indaga: “mas você contrariou seu pai quando foi ventilada a hipótese dele lançar o Tarcísio à Presidência. E talvez ele lance. Como vai ser? Por que você pode manifestar sua contrariedade e os outros aliados não?”.

“Não é família Campagnolo, é um projeto de país, de Brasil, encabeçado por uma pessoa altamente qualificada”, diz Eduardo, referindo-se ao pai, Jair Bolsonaro (PL).

Na sequência, Eduardo é direto ao responder sobre Tarcísio, um dos protagonistas das brigas dele com o pai.

“Campagnolo, o Tarcísio é o candidato do sistema, é o cara que o Moraes quer, que gostaria que fosse eleito, porque ele ainda viria com apoio de Jair Bolsonaro”, responde.

 

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