Einsten, Macron, Hanna Arendt e Biden: Que líderes políticos além de Lula já denunciaram o genócidio em Israel?
Lula não foi o único, ás severas críticas á violência indiscriminada do estado de Israel ja mobilizou pensadorres, intelectuais e políticos do mundo todo.
Em meio ao massacre imposto por Israel ao que intitula guerra contra os terroristas do Hamas na Faixa de Gaza, quase a totalidade da imprensa mundial, tem um discurso alinhado à narrativa proposta por Benjamin Netanyahu. Um governo com sérias denúncias de corrupção, que se alinhou à ultradireita radical com bases fortíssimas de segregação social e racismo. O centro da questão é que o Estado de Israel tem um dos maiores poderes bélicos do mundo, que luta não mais contra os terroristas, a quem eles mesmos financiaram na sua fundação, isso mesmo a célula de criação do Hamas foi financiada por líderes Israelenses que pretendiam destruir uma corrente adversária ao grupo que nascia.
“O Hamas nasceu após um acordo entre alguns países árabes e Israel – no âmbito de um projeto dos EUA – que buscava uma alternativa à OLP”. “Os fundamentalistas islâmicos recebem alguma ajuda israelense”, “O governo israelense me deu um orçamento, e o governo militar fornece apoio às mesquitas.” Yitzhak Segev,um dos fundadorres do Hamas. Leia a investigação na íntegra aqui
Antes de começar a analisar as figuras importantes da histórias ja criticaram Israel, primeiro devemos entender o que é o movimento siotista.
O sionismo é um movimento político e ideológico que busca a criação de um Estado judeu na Terra de Israel. Suas origens se encontram no contexto do crescente antissemitismo na Europa, com Theodor Herzl emergindo como um dos pioneiros do movimento.
Dentro desse movimento, diversas divisões ideológicas, como o sionismo político, religioso, socialista, revisionista e cultural, refletem uma ampla gama de perspectivas. É crucial observar que nem todos os judeus são sionistas, e nem todos os sionistas são judeus, refletindo uma diversidade de opiniões. Além disso, é fundamental diferenciar o sionismo do antissemitismo, visto que o primeiro busca a criação de um Estado judeu, enquanto o segundo envolve ódio e preconceito contra judeus com base em sua origem étnica ou religiosa.
As opiniões críticas em relação a Israel não são novas. O renomado cientista Albert Einstein, judeu e fundador da Universidade Hebraica de Jerusalém, expressou preocupações décadas atrás. Em uma carta datada da década de 1940, Einstein previu uma “catástrofe final” nas mãos de grupos terroristas sionistas na Palestina. Ele responsabilizou os britânicos e as organizações terroristas formadas por compatriotas judeus pela tragédia iminente.
Hannah Arendt, filósofa e uma das primeiras vozes a comparar práticas sionistas ao nazismo em 1948, alertou sobre os perigos do Partido da Liberdade (Herut) em Israel. Arendt, junto com Einstein e outros intelectuais judeus, escreveu uma carta em 1948 descrevendo o partido como uma organização terrorista com princípios fascistas, marcada por ultranacionalismo e superioridade racial.
A carta de Einstein pode ser encontrada aqui:
Einstein_Letter_NYT_4_Dec_1948
Diversos líderes mundiais já expressam suas preocupações e críticas à violência e truculência, gerando um debate global sobre o papel do Estado de Israel. À exemplo do presidente Lula, o presidente francês Emmanuel Macron e o presidente turco Tayyip Erdogan, compartilharam críticas contundentes além do físico mais famoso de todos os tempos Albert Einstein, com sérias advertências sobre o rumo da política israelense.
Esse debate se intensificou após Lula comparar a guerra entre Israel e Hamas ao Holocausto durante uma visita oficial à Etiópia. Essa declaração gerou fortes reações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, resultando na declaração de Lula como “persona non grata” em Israel. No entanto, a reação global a outras críticas semelhantes de líderes mundiais levanta questões sobre a abordagem internacional em relação às ações de Israel na região.
“O governo israelense de Netanyahu e Ben-Gvir é o mais direitista, racista e genocida da história do país. Abandonou qualquer pretensão de democracia significativa e responsável, mesmo para os seus cidadãos judeus privilegiados. Criou uma conjuntura política em que Israel tem um sério problema de supremacia judaica, muito semelhante à mentalidade de supremacia branca do apartheid na África do Sul. Na sua reação às ações violentas do Hamas dentro de Israel, este governo sente-se muito confortável em cometer genocídio. O apoio incondicional e acrítico que este governo fascista e criminoso recebeu dos líderes políticos britânicos, tanto conservadores como trabalhistas, garantirá que este genocídio continue até que Israel tenha alcançado os seus objetivos mortais e ilegais. ” Andrew Feinstein é ex-deputado do Congresso Nacional Africano (CNA), filho de um sobrevivente do Holocausto.
O renomado jornalista Masha Gessen, em dezembro, abordou a complexidade do conflito em um artigo intitulado “Na sombra do Holocausto – Como a política da memória na Europa obscurece o que vemos hoje em Israel e em Gaza”. Gessen, judeu e descendente de vítimas do Holocausto, enfrentou críticas e teve um prêmio na Alemanha cassado devido a suas perspectivas. O debate sobre a memória e as práticas na região ganha destaque diante das tensões presentes.
Para Marsha Gessen, é essencial comparar as ações de Israel com o nazismo. Hannah Arendt já alertava sobre isso em 1948. “Se estamos levando a sério a frase “nunca mais”, esse é o momento em que pessoas ainda podem ser salvas em Gaza”, afirma a jornalista. pic.twitter.com/Mj76Vb8rIg
— Intercept Brasil (@TheInterceptBr) February 19, 2024
Críticas Contemporâneas de Líderes Mundiais e suas Consequências
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gerou controvérsia ao comparar a situação em Gaza ao Holocausto, levando o governo israelense a declará-lo “persona non grata”. Essa reação intensificou o debate diplomático sobre as críticas ao governo de Israel.
Outros líderes mundiais, como o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, também compararam Netanyahu a Hitler e fizeram críticas semelhantes aos ataques em Gaza. Surpreendentemente, essas críticas não foram recebidas com reprimendas equivalentes, levantando questões sobre a consistência nas reações internacionais.
Perspectivas Divergentes e Apelos por Paz
O presidente francês, Emmanuel Macron, embora não tenha feito comparações com o nazismo, criticou fortemente as ações israelenses em Gaza. Em uma entrevista à BBC, Macron apelou para o fim dos bombardeios, especialmente contra bebês e mulheres, destacando a necessidade urgente de um cessar-fogo e a violação do direito humanitário internacional.
Os Estados Unidos, tradicionalmente um forte aliado de Israel, viram uma mudança notável na posição do presidente Joe Biden. Inicialmente, Biden expressou apoio total à reação de Benjamin Netanyahu, mas, posteriormente, criticou os bombardeios como “indiscriminados”, recomendando maior cuidado com civis e questionando a política israelense em relação à solução de dois Estados.
Um Futuro Incerto: Fascismo em Israel e Desafios Atuais
A preocupação levantada por Einstein, Arendt e outros intelectuais em 1948 sobre a possível emergência de ideias semelhantes ao nazifascismo em Israel ganha relevância diante do cenário atual. O governo de Netanyahu, caracterizado por uma coligação de extrema-direita, levanta preocupações sobre a democracia e a política na região.
O artigo do ex-deputado do Congresso Nacional Africano (ANC), Andrew Feinstein, destaca a natureza fascista do atual governo israelense, incluindo ministros com histórico de racismo e envolvimento em atos extremistas. A análise traça paralelos entre o passado e o presente, alertando para os perigos de ignorar os avisos históricos.