As eleições municipais do ano que vem ainda estão longe, mas, na Paraíba, o cenário político já começa a se desenhar de agora. Em cidades como Patos, Guarabira e Sousa, as articulações nos bastidores já estão a todo vapor. As oposições e atuais gestões buscam fomentar apoios para uma chapa eleitoral competitiva para o próximo pleito.
Em Picuí, uma pequena cidade localizada na região da Borborema, no Seridó Oriental Paraibano, essa realidade não é diferente. O atual prefeito, Olivânio Remigio (PT), não pode mais disputar a reeleição, pois exerce o segundo mandato à frente da gestão municipal. A par disso, o gestor busca um sucessor para continuar seu legado no município.
Ele ainda não falou publicamente sobre as eleições municipais de 2024. E, quando questionado, se limita a dizer que só fala sobre o assunto no próximo ano, conforme informações de moradores e jornalistas da imprensa local.
Embora, Olivânio tenha se esquivado de falar sobre o assunto, nos bastidores, um nome cogitado para sua sucessão é o de seu atual vice Lucas Marques, do MDB. Ele é um forte empresário da cidade e tem o carisma de parte da população.
Além disso, o fato de ser do MDB, pode pesar na escolha de seu nome para o próximo pleito. A sigla na Paraíba é comandada pelo senador Veneziano Vital do Rêgo, que é vice-presidente do Senado Federal. Desde o começo de 2023, a legenda busca a filiação de prefeitos para ganhar força nas próximas eleições municipais. O que, inclusive, tem tido bastante sucesso.
Oposição de Picuí
Por outro lado, a oposição ainda tenta se organizar. Até o momento, apenas o presidente da Câmara de Vereadores, Ataíde Xavier (PSB), se lançou como pré-candidato a prefeito.
Ataíde é um dos políticos mais experientes em atividade legislativa no município, tendo sido um dos vereadores mais bem votados nas últimas três eleições (2012, 2016 e 2020).
Ele, inclusive, rompeu com o deputado Buba Germano (PSB), de quem é sobrinho. Seu mandato na Câmara tem se caracterizado por uma gestão “compartilhada” com todos seus colegas vereadores. Ele também busca manter uma convivência institucional com o atual prefeito Olivânio Remígio, de quem é adversário político.
Segundo Ataíde, sua gestão à frente da Câmara é definida pela busca de descentralizar as ações legislativas através de aquisição e instalação de sub-sedes da Câmara Municipal nos distritos de Santa Luzia do Seridó e Serra dos Brandões, como forma de prestigiar e deixar o Poder Legislativo mais próximos dos munícipes residentes nas comunidades rurais de Picuí.
Por tudo isso, Ataíde aparenta ser o candidato a prefeito mais forte da oposição na terra do Picolé Caseiro.
Seu tio Buba Germano está tentando junta a oposição e formar uma frente ampla para enfrentar o candidato do prefeito. E, além disso, torce para um racha no bloco situacionista. De qualquer forma, os próximos meses prometem grandes episódios para o cenário político dessa pequena cidade da região da Borborema.