Depois de várias intempéries políticas dos últimos anos, quando não conseguiu eleger sua esposa Ana Cláudia, prefeita na cidade de Campina Grande em 2020; e logo no início de 2022 ter anunciado o rompimento como o governador João Azevedo, tendo sido fragorosamente derrotado na eleição para governador do Estado da Paraíba, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) parece ter feito uma análise e notadamente observou que esse seu retrocesso político tenha sido oriundo de estratégias erradas na condução de suas articulações.
Como sabemos, o vice-presidente do Senado Federal é um político bastante habilidoso, fácil de comunicação, mas talvez necessite um melhor direcionamento em suas posições, pois muitas de suas decisões estão sendo pouco produtivas em seu favor, causando-lhe prejuízos marcantes, e um desses transtornos foi a votação em favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, o que fez com que na última eleição parte dos dirigentes e militantes do Partido dos Trabalhadores não comungassem com sua postulação ao Governo da Paraíba. Uma marca cujo resultado foram algumas decepções.
A verdade é que o senador Veneziano precisa urgentemente sair desse marasmo chamado isolamento político em que ele está vivendo, pois, só ficar atrelado à política nacional deixa o parlamentar um pouco distante dos contatos com as lideranças importantes do Estado. Aliás, nos últimos dias ele já deu uma melhorada em sua performance, quando começou a peregrinar por alguns municípios, numa tentativa desenfreada de recuperar o prejuízo.
Hoje, é fácil de entender o protagonismo de João Azevedo (PSB), Adriano Galdino (Republicanos), Hugo Mota (Republicanos), Efraim Filho União Brasil), pois isso é reflexo de grupos coesos, cujas discussões e decisões são de forma uníssonas, diferentemente do senador Veneziano Vital que está muito bem na fita com o presidente Lula, o presidente do senado Rodrigo Pacheco, mas que na Paraíba está politicamente sem rumo, daí ter de se aproximar dos seus antigos rivais na cidade de Campina Grande, leia-se, o grupo Cunha Lima, para tentar sua sobrevivência política dentro do Estado, mesmo sabendo que ainda existe muita resistência por parte do eleitorado Cunha Lima, já que, em sua maioria, são conservadores e não engolem a presença de seu adversário no grupo.
Uma prova do esforço de Veneziano para mostrar que quer aprofundar sua aliança com o grupo que comanda Campina Grande, foi o apoio incondicional que ele deu a Pedro Cunha Lima no segundo turno das eleições do ano passado. Além disso, recentemente ele conseguiu angariar vários recursos através de suas emendas para Campina Grande atendendo pleitos solicitados pelo prefeito Bruno Cunha Lima.
Pelo “conjunto da ópera”, vemos que apesar de todos os obstáculos, não existe outra saída para a manutenção de Veneziano na disputa para o senado em 2026 que não seja apoiar a reeleição de Bruno Cunha Lima em 2024, e ganhar a confiança do grupo para fazer parte de uma futura chapa para o senado em 2026, possivelmente, ao lado de Cássio Cunha Lima, assim como foi feito em 2010 quando seu irmão, Vital do Rêgo Filho, foi eleito para o senado da República ao lado de Cássio Cunha Lima, já que ambos obtiveram uma grande votação em Campina Grande. Será a última cartada política para Veneziano tentar a permanência de um representante da família Rêgo no cenário político paraibano e brasileiro.
Quem viver, verá!