Líderes devem falar por telefone, mas ligação pode ficar para os próximos dias; pleito está sendo contestado pela oposição venezuelana
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá conversar, por telefone, com Nicolás Maduro sobre as eleições na Venezuela. A ligação foi pedida pelo embaixador do país no Brasil, Manuel Vadell, ao Palácio do Planalto.
Esse tipo de conversa não é trivial. Costuma durar mais de meia hora, talvez uma hora ou até mais, conforme assessores presidenciais que acompanham as tratativas.
Segundo: a agenda doméstica de Lula está pesada. Nesta quinta-feira ele terá reuniões, por exemplo, com quatro ministros. Também recebeu o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para discutir dois temas delicados: uma reforma no setor elétrico e um acordo com a Eletrobras que se arrasta desde o começo de 2023.
Aliado histórico de Maduro, Lula ainda não reconheceu o resultado anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) no último domingo (28) que deu a vitória ao atual presidente venezuelano.
O resultado também não foi reconhecido pela oposição venezuelana, que alega fraude no processo e afirma que o candidato Edmundo González foi o real vencedor do pleito.
A principal exigência do governo brasileiro para se manifestar sobre o pleito no país vizinho é a divulgação das atas de votação. Apesar disso, interlocutores no Itamaraty avaliam que a publicação pode não ser suficiente para se reconhecer a vitória ou a derrota de Nicolás Maduro.
Lula não é o único líder procurado por Maduro
Maduro disse na quarta ter conversado com alguns chefes de Estado latino-americanos, entre eles o ex-guerrilheiro Gustavo Petro, presidente da Colômbia.
“Tenho um bom nível de diálogo com o presidente Petro. Tive a oportunidade de explicar muitas coisas, as coisas que venho explicando aqui”, afirmou o presidente venezuelano em declaração à imprensa.
“Ele [Petro] sabe que nós temos a vontade e a decisão de que a Venezuela triunfe na paz. A paz na Venezuela é a garantia de que a Colômbia faça sua paz”, acrescentou.
Diante da tentativa de Brasil, Colômbia e México fecharem um comunicado conjunto sobre a Venezuela, há a expectativa de que Lula também converse por telefone com Petro e Andrés Manuel López Obrador.
Pressionado pela oposição venezuelana e pela comunidade internacional a apresentar as atas da farsa eleitoral de domingo, 28 de julho, o ditador Nicolás Maduro procurou o governo brasileiro para solicitar um telefonema com Lula (PT), registrou O Globo.
Segundo o jornal, a conversa entre Lula e Maduro deve acontecer nesta quinta, 1º, embora não haja um horário marcado.
Lula não é o único líder procurado por Maduro
Maduro disse na quarta ter conversado com alguns chefes de Estado latino-americanos, entre eles o ex-guerrilheiro Gustavo Petro, presidente da Colômbia.
“Ele [Petro] sabe que nós temos a vontade e a decisão de que a Venezuela triunfe na paz. A paz na Venezuela é a garantia de que a Colômbia faça sua paz”, acrescentou.
Lula atua como mediador
Lula se manifestou na terça-feira, 30, sobre a farsa eleitoral de Nicolás Maduro, para dizer que se trata de um “processo normal”.
“E vai esperar na Justiça, tomar o processo. E aí, vai ter uma decisão que a gente tem que acatar. Eu estou convencido de que é um processo normal, tranquilo. O que precisa é que as pessoas que não concordam tenham o direito de provar que não concordam e o governo tenha o direito de provar que está certo”, seguiu o presidente brasileiro, cujo governo ainda não reconheceu a eleição de Maduro oficialmente.