Com entrevista bombástica o empresário e político Tony Garcia concedeu uma entrevista à TV 247, na qual revelou sua participação na consolidação do poder do ex-juiz Sérgio Moro. Segundo Garcia, ele ajudou Moro a obter um vídeo comprometedor envolvendo desembargadores do Tribunal Regional da 4ª Região, conhecido como “Festa da Cueca”. Garcia, que se tornou um agente infiltrado após ser preso em 2004 por “gestão fraudulenta” no Consórcio Garibaldi, forneceu a Moro informações sobre a localização do vídeo.
De acordo com Garcia, em novembro de 2003, o advogado Roberto Bertholdo levou os desembargadores em um avião para assistir a um jogo da Seleção Brasileira contra o Uruguai, em Curitiba. Após o jogo, os desembargadores foram conduzidos para o Hotel Bourbon, onde uma “festa com prostitutas” ocorreu na suíte presidencial. Garcia, convidado por Bertholdo, esteve presente na festa. Desconhecido por todos na época, Sérgio Costa, sócio de Bertholdo, gravou secretamente o evento com uma câmera escondida.
Após o incidente, Garcia afirmou que Moro o contatou para obter o vídeo. Garcia forneceu a Moro o endereço em São Paulo onde Bertholdo guardava o vídeo. O vídeo foi apreendido com sucesso, mas não foi revelado o que Moro fez com o material.
A posse do vídeo supostamente fortaleceu a influência de Moro no Tribunal Regional da 4ª Região. Alega-se que Moro liderou um movimento que resultou na aposentadoria compulsória do desembargador Dirceu de Almeida Soares, ex-presidente do tribunal, em 2010. A reputação e conexões de Garcia na época facilitaram seu acesso à suíte presidencial do Bourbon, antes de cair nas garras de Moro.
No entanto, não há registros de que o vídeo tenha sido encontrado nos arquivos da 13ª Vara Federal de Curitiba. Embora a denúncia tenha sido relatada ao juiz Eduardo Appio, a investigação não avançou antes do afastamento do TRF-4.
Esses eventos ocorreram durante um período em que Moro estava lidando com casos de fraude no uso das contas CC5 do Banestado na 2ª Vara Federal de Curitiba, posteriormente reclassificada como 13ª Vara Federal. A atuação de Moro na época, incluindo o uso de “colaboração com a Justiça”, chamou a atenção de juristas, como o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
A reportagem menciona a existência de um esquema de corrupção envolvendo a compra de um habeas corpus para Tony Garcia, supostamente intermediado pelos filhos de ministros Otávio Fischer e Pedro Aciolli. No entanto, não foram encontradas evidências de avanço nas investigações ou de um processo relacionado a esse caso.
O empresário Tony Garcia, que revela informações sobre o ex-ministro de Bolsonaro e ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sergio Moro. Segundo Garcia, antes de se tornar conhecido pela “Operação Lava Jato”, Moro teria comandado uma organização criminosa especializada em tortura psicológica, coação de réus, manipulação de provas e testemunhos, e chantagem a instâncias judiciais superiores. Garcia afirma que Moro o converteu em um agente a serviço de seus interesses mais abjetos, mediante ameaças de detenção e multas pesadas. Moro teria descoberto a forma de controlar as instâncias judiciais superiores através de chantagem, obtendo informações comprometedoras sobre desembargadores do TRF4 e do STJ e pressionando-os a agir em conformidade com seus interesses. Garcia relata que a conivência entre Moro e os procuradores da Lava Jato iniciou-se nos anos de 2000, ou mesmo antes.
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