Líder do PT afirma que PF e Receita Federal chegarão “aos cabeças” do crime organizado, algo que Castro não conseguiu com a operação policial mais letal da história
Líder do PT na Câmara, o deputado federal Lindbergh Farias (RJ) anunciou, através das redes sociais, que o Rio de Janeiro será alvo da “maior operação da história”, encabeçada pela Polícia Federal (PF) e Receita Federal, de combate ao crime organizado.
O anúncio de Lindbergh veio na esteira da operação comandada pelo governador Cláudio Castro (PL), na última semana, que deixou 121 mortos nas comunidades do Alemão e da Penha e que já é considerada a operação policial mais letal da história do país. Apesar do banho de sangue, nenhum dos grandes líderes das facções criminosas foi preso ou morto.
Segundo o líder do PT, a operação a ser conduzida pela PF e Receita vai chegar aos verdadeiros “cabeças” do crime organizado. Em vídeo, Lindbergh reagiu à postura de Castro após a matança da última semana. Isso porque o governador, agora alvo de Alexandre de Moraes no âmbito da da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas, ação judicial que tem por objetivo diminuir a letalidade policial nas comunidades do Rio, afirmou que não receberá o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) no palácio do governo, mas sim na Casa das Polícias do estado, desafiando a autoridade do magistrado.
“Olha como esse governador do Rio, Cláudio Castro, está valentão. Depois da operação, porque ele faz a necropolítica, ele tenta se aproveitar das mortes como moeda eleitoral. O Alexandre Moraes está vindo para o Rio amanhã [segunda-feira, 3/11], porque ele é o relator daquela ADPF sobre as operações policiais em favelas. Você sabe que o Supremo pede só três coisas. Primeiro, que tem que ter ocupação de educação, de saúde, de políticas públicas na favela. Não adianta entrar só com a operação. Depois disso é o seguinte, tem que ser uma operação definitiva, tem que tirar o tráfico e a milícia. E terceiro, eles pedem investigação para saber quem são os cabeças. Mas o Cláudio Castro, ele fez uma reunião com deputados, estava lá Carlos Bolsonaro e vários outros, e ele deu uma de valentão. Olha o que ele fala do ministro Alexandre Moraes. Que corajoso, você está sentindo o rei da cocada preta, não é, Claudio Castro?”, inicia Lindbergh.
Na sequência, em recado direto a Castro, o deputado do PT anuncia operação da PF no estado.
“Você sabe o que vai acontecer no Rio, quando eu falei que a esperteza demais come o dono? Aqui vai ter a maior operação de investigação da história desse país, com Polícia Federal e Receita Federal, e vão pegar tudo. Os cabeças do Comando Vermelho e do tráfico não estão na favela, estão nos prédios de luxo da milícia, daquela refinaria que você defende, envolvidos em tudo que é fraude. Vamos esperar o final dessa história”.
Assista:
Cláudio Castro tá se achando o valentão, após aquela operação no Alemão. Tem muito ainda por vir. O Rio vai ser alvo de grandes operações contra o crime organizado com Polícia Federal, Receita Federal. Vamos pegar os cabeças do Comando Vermelho, das milícias… pic.twitter.com/RCa6f9JLip
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) November 2, 2025
Castro se recusa a receber Moraes no Palácio do Governo
Após ser responsável pela operação policial mais letal da história do Brasil, que causou a morte de mais de uma centena de pessoas nos Complexos do Alemão e da Penha, Cláudio Castro (PL), governador do Rio de Janeiro, se recusou a receber Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribuna Federal (STF) no Palácio do Governo.
A visita estava prevista, mas Castro afirmou a deputados federais sobre sua decisão. Disse, ainda, que receberá o magistrado somente no Centro Integrado de Comando e Controle, que articula a ação das polícias do estado sobre segurança.
Moraes é o relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas, ação judicial que tem por objetivo diminuir a letalidade policial nas comunidades do Rio de Janeiro.






