O ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), Jorge Eduardo Naime, preso na Operação Lesa Pátria, contou, em depoimento à Polícia Federal (PF), que o seu papel era fornecer meios logísticos a pedido de cada comandante e que não tinha conhecimento das ações radicais que ocorreriam em 8 de janeiro.
O policial contou que acha que houve um “apagão total da inteligência” e que, provavelmente, a PM não recebeu informações sobre a manifestação.
O policial disse ainda que já estava combinado informalmente que após a posse presidencial entraria em “dispensa recompensa”, que teria sido formalizada em 3 de janeiro e que só retornaria em 14 de fevereiro.
Ele ainda deu uma justificativa para não ter retirado manifestantes do quartel-general do Exército.
“Depois, chegou a informação do Comandante do Exército que a operação seria suspensa. Foi uma das diversas reuniões, mas o Exército frustrou todos os planejamentos e tentativas”. Naime disse ainda ter tido “outras situações de confronto com o Exército” e que teria sido expulso da porta do quartel-general em Brasília.