Ex-prefeita de Conde faz desabafo nas redes sociais sobre caso de Flávio Cabaré: “Triste e chocada”
A ex-prefeita de Conde, Márcia Lucena (PT), fez um desabafo em suas redes sociais sobre o possível ato de estupro a uma adolescente de 14 cometido pelo vereador Flávio Cabaré, que solicitou licença do cargo para tratar de “assuntos particulares”.
O pedido de licença de Flávio Cabaré foi aprovado por unanimidade, por 121 dias, em sessão extraordinária da Câmara Municipal de Conde nesta terça-feira (10).
Segue o texto da ex-gestora:
Ando triste e chocada com os acontecimentos em Conde, coroados com denúncias de assédio sexual feitas a um representante do povo. Fato que foi explorado e divulgado amplamente pela mídia, com vídeos do seu diálogo com a adolescente.
Não desejo a condenação antecipada de ninguém. Não concordo, portanto, com os arroubos escandalosos e violentos de alguns que usam os seus microfones para inflamar uma situação já absurdamente grave.
No entanto, a gravidade desta situação é de tirar palavras da boca de qualquer um!
Não dá para condenar previamente. Eu sei o quê é ser inocente e condenada sem ter tido o direito do devido processo legal. Mas, autoridades públicas da cidade ficarem em silêncio, como se nada tivesse acontecido, é violento também.
O povo não pode ficar à deriva, sem um norte diante de algo tão grave. Senti a falta de palavras colocadas ao povo, como vejo todos os dias textos, vídeos corajosos, diante dos absurdos cometidos pela gestão do “novo tempo”.
Por que o silêncio agora?
Tem um ditado que diz “quem cala consente”. Espero que não se trate disso. Eu não sou hoje uma autoridade pública constituída em Conde. Esperei o pronunciamento daqueles que o são para apoiar ou me contrapor. Como o silêncio reina e eu não sou de ficar calada diante de absurdos e violências praticadas contra o povo, falo! E falo com decepção e tristeza pelo fato e pelos seus desdobramentos.
Espero que a justiça encare tudo isso de forma séria. Essa menina (que são todas as meninas!), não pode sentir o desamparo por parte daqueles que dizem lhes representar e espero que a justiça, com o uso da lei quebre esse silêncio e diga as meninas e mulheres desse município ou de qualquer outro, que não estão sozinhas.
Espero também que o poder público acolha essas meninas com os serviços de saúde, assistência social, dentre outros, pra restabelecerem sua dignidade humana.