EXCLUSIVO: Maior surto de fungo mortal do Brasil aconteceu no hospital da Restauração em Recife: SAIBA MAIS
Coincidência ou não a ficção começa a torna-se realidade, o jogo The LAst of us (com tradução livre, os últimos de nós) lançado em 2013 na plataforma Playstation 3 e adaptado para a TV pelo canal de Streaming HBO. A estreia na TV foi no último dia 15 de janeiro. E fala de um futuro pós apocalípticos onde quase toda a raça humana é dizimada por um superfungo que transforma humanos em zumbis. Acontece que outro superfungo com poderes destrutivos está preocupando a comunidade internacional, com o maior surto da história do país acontecendo em Recife capital do Pernambuco. Vale lembrar que o superfungo da série existe, porém o mesmo não é capaz de infectar humanos, podendo realmente zumbificar pequenos insetos.
O superfungo da vida real
Um fungo destrutivo e resistente a medicamentos está preocupando cientistas do mundo inteiro. Considerado uma ameaça global o superfungo Cândida Auris é um patógeno emergente responsável por infecções hospitalares com grande resistência a medicamentos e alta taxa de mortalidade. Uma das principais características desse fungo é a multirresistência a antifúngicos e a necessidade de métodos laboratoriais específicos para sua identificação. Outro ponto alarmante do superfungo é que ele é resistente á maior parte dos desinfetantes e permanece viável em superfícies por longos períodos, dificultando ainda mais a manutenção de higienização de ambientes hospitalares contaminados com o Superfungo. Ao contrário da maioria dos fungos ambientais, o C. auris apresenta tolerância a temperaturas elevadas de 37°C a 42°C. Além disso, conta com uma capacidade de sobreviver a condições ambientais adversas por longos períodos, adaptando-se fora do hospedeiro humano.
Ele foi identificado inicialmente em 2009 em um paciente no Japão em um paciente com infecção no ouvido, daí o nome Auris (orelha em latim). No entanto, os pesquisadores descobriram que, na verdade, seu surgimento se deu na Coreia do Sul, em 1996. Desde esse ano as autoridades continuaram monitorando o fungo. Nos EUA, os primeiros casos catalogados foram em 2015.
Primeiro caso no Brasil
Um paciente de 59 anos foi o primeiro caso brasileiro registrado. Internado na UTI de Salvador BA.
Maior surto brasileiro
O que chamou a atenção e ligou o sinal de alerta para a comunidade ciêntifica internacional foi o surto ocorrido no Hospital da Restauração de Recife (PE). Considerado o maior hospital público do Nordeste, o hospital apresentou até o dia da publicação da matéria 48 casos confirmado de Cândida Auris segundo a Secretaria de Saúde do estado. Os casos foram registrados de novembro de 2021 à fevereiro de 2022. E foram publicados na revista científica Frontiers in Cellular and Infection Microbiology.
De acordo com informações publicadas no Jornal do Comércio em agosto de 2022, dos 48 casos acompanhados com o superfungo, 11 pacientes morreram. Mas com ar informações contidas na matéria, os óbitos dos mesmos não tiveram relação direta com o Cândida Auris. Secretaria de Saúde do Estado do PE afirmou que os pacientes que faleceram tinham entre 19 e 82 anos, 35 são do sexo masculino e 7 do sexo feminino. “Entre os casos confirmados, dez receberam alta médica, onze foram a óbito por outras complicações relacionadas à causa do internamento (como AVC, neoplasia, aneurisma cerebral, agressão por arma de fogo e acidentes de trânsito) e 15 permanecem internados, em isolamento. Dos cinco que estão em investigação, quatro estão internados e um recebeu alta.”
Na última quarta feira (25) entramos em contato com a Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco recebemos as informações abaixo:
A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informa que, de 31 de dezembro de 2021 a 20 de setembro de 2022, foram confirmados 48 casos de Cândida Auris, no Estado. Do último registro até os dias atuais – nos últimos quatro meses e três dias- não foram detectados novos surgimentos da doença. A SES-PE reforça, ainda, que não houve identificação de óbito que tivesse como causa direta a Cândida Auris, em Pernambuco.
Sobre o relativo surto registrado ano passado em Hospitais da região metropolitana do Recife, destaca-se que, apesar de não ter sido mais detectado nesses últimos meses, esse microorganismo mantém-se como motivo permanente de preocupação e um desafio para autoridades sanitárias em todo o mundo, por esse fungo ser resistente à maioria dos tratamentos nos doentes e nos ambientes colonizados.
A Secretaria reitera que Pernambuco tem a capacidade de detecção do agente, bem como de cuidar dos pacientes de Cândida Auris. Nesse sentido ressalta-se a experiência da equipe do Hospital da Restauração (HR) e de parceiros com sucesso na identificação de novos casos e de detecção do agente nos ambientes e equipamentos. E assim vem sendo mantida, fortalecida e multiplicada para as demais unidades hospitalares da Região e do Estado de forma que, por meio dessa rotina contínua, tenha-se confiança nos resultados que apontam a “não circulação” desse fungo em Pernambuco.
Por fim, a SES-PE ressalta que o controle da Cândida Auris também está sob olhar atento da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (APEVISA) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por meio dos componentes estadual e federal das redes de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e também das equipes de vigilância sanitária que atuam nos serviços de saúde.