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General Heleno tem plano para não ser preso como Braga Netto; entenda

A tensão envolvendo o general da reserva Augusto Heleno aumentou após a prisão do também general Walter Braga Netto, ocorrida no último sábado (14). Ambos, ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL), estão indiciados pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado.

Aliados de Heleno, que ocupou o cargo de ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), destacam que o militar adotou uma postura diferente da de Braga Netto desde que foi alvo de uma operação de busca realizada pela PF no início do ano.

Segundo esses aliados, Heleno optou por manter discrição, enquanto Braga Netto buscou informações relacionadas à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.

Militares próximos a Heleno acreditam que uma prisão preventiva do general é pouco provável. No entanto, avaliam que as chances de ele ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) são altas. A idade avançada do general, de 77 anos, pode ser um fator considerado em uma eventual decisão sobre prisão.

Na defesa apresentada no processo, a estratégia de Heleno é argumentar que ele teria perdido influência no governo quando Jair Bolsonaro se aproximou do centrão em 2021. O episódio da paródia “se gritar pega centrão, não fica um, meu irmão”, atribuída a Heleno, teria enfraquecido sua posição na cúpula do Palácio do Planalto.

De acordo com o relatório final da PF, Heleno teve um papel de destaque no planejamento e execução de ações para “desacreditar o processo eleitoral brasileiro e subverter o regime democrático”. O documento inclui anotações de próprio punho, atribuídas ao general, que sugerem estratégias para não cumprir decisões judiciais.

Entre as provas reunidas, uma agenda de Heleno continha orientações manuscritas relacionadas a ataques à credibilidade das urnas eletrônicas. A PF também apontou que o grupo golpista planejava criar um “gabinete de gestão de crise”, que seria comandado por Heleno e Braga Netto, após a prisão ou execução do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.