Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Desde o dia 30 de outubro, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu as eleições presidenciais deste ano, os quartéis e outras unidades militares se transformaram em pontos de peregrinação de apoiadores bolsonaristas inconformados com o resultado das urnas. Nas redes sociais, onde se organizam, eles pedem uma intervenção militar que possa impedir que Lula tome posse sob o argumento de uma suposta fraude nas eleições.
Nos últimos dias, com notas divulgadas pelo Ministério da Defesa e pelos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica fez crescer a expectativa desses manifestantes de que uma reação poderia vir das bases militares, o que poderia representar uma intervenção militar.
Foi nesse clima de tensão que o general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz disse em entrevista à BBC News Brasil que o novo governo do PT não tem motivos para temer a atuação dos militares nos próximos quatro anos. Ele apostou em uma relação harmônica entre Lula e os militares.
“Do meu ponto de vista, não precisa temer nada. Nem o governo e nem a população”, disse Santos Cruz.
Carlos Alberto Santos Cruz é um general da reserva, já comandou forças da ONU no Haiti e no Congo. Em 2017, assumiu a Secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. Em 2018, deixou o cargo, tornando-se consultor da ONU. E Em 2019, exerceu a função de Secretário de Governo, mas deixou a gestão seis meses depois rompendo com Bolsonaro.