O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) desembarca em João Pessoa nesta segunda-feira (19) com a caravana “Glauber Fica!”, parte de uma mobilização nacional contra o processo de cassação de seu mandato na Câmara dos Deputados. A agenda na capital paraibana inclui um ato político marcado para as 16h, na Praça da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), com participação de parlamentares, movimentos sociais e lideranças de partidos de esquerda como PSOL, PT e aliados. Um debate também está previsto no mini-plenário da Assembleia, no mesmo horário.
A caravana já percorreu oito capitais brasileiras e tem o objetivo de denunciar, mobilizar e ampliar o apoio político e popular a Glauber, que enfrenta um processo de quebra de decoro parlamentar. A ofensiva é uma resposta à rejeição de seu recurso pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A expectativa é que o caso seja levado ao plenário no início de julho.
Segundo Glauber, até lá, ele pretende visitar os 26 estados e o Distrito Federal, encerrando o percurso com uma caminhada simbólica entre o Rio de Janeiro e Brasília.
A origem do processo disciplinar está em um episódio ocorrido em abril de 2024, quando o deputado expulsou com empurrões e pontapés o militante Gabriel Costanaro, do Movimento Brasil Livre (MBL), durante uma sessão na Câmara. O pedido de cassação foi protocolado pelo partido Novo. Glauber sustenta que o militante o perseguia de forma reiterada e, no dia do conflito, teria feito ofensas à sua mãe, que estava em tratamento contra um câncer e faleceu no mês seguinte.
O caso ganhou ainda mais repercussão após Glauber iniciar uma greve de fome dentro da Câmara dos Deputados, em protesto contra o andamento do processo. A paralisação durou nove dias e só foi encerrada após um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para adiar a votação em plenário por pelo menos dois meses — prazo em que o parlamentar tenta costurar apoio e buscar uma punição alternativa à cassação.
Para que o mandato de Glauber Braga seja cassado, são necessários pelo menos 257 votos favoráveis dos 513 deputados.
