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Governo planeja novo CNU e anúncio deve ser feito em breve

Mesmo sem a aprovação do Orçamento de 2025, o governo deve anunciar em breve a realização de um novo Concurso Público Nacional Unificado (CNPU). O Ministério da Gestão e Inovação (MGI) já havia mencionado a intenção de realizar um novo certame neste ano, mas o alto custo de realização das provas e do provimento dos cargos (é preciso ter orçamento para pagar os novos funcionários) são problemas que precisam ser pacificados antes do anúncio do novo “Enem dos Concursos”.

A realização da seletiva no ano passado custou mais de R$ 130 milhões aos cofres públicos. Tanto o chamamento dos aprovados quanto a abertura de novos concursos dependerão da aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) deste ano, que atrasou e ainda precisa ser votado pelo Congresso. Os aprovados no CNPU de 2024 vão preencher 6.640 vagas em 21 órgãos federais. Ao todo, quase um milhão de candidatos fizeram as provas.

O certame terá uma fila de espera de mais de 16 mil candidatos. “Anunciaremos um novo concurso. Ainda não será hoje, mas sim, ao que tudo indica, em breve teremos o anúncio de um novo CPNU”, disse Esther Dweck, ministra da Gestão e da Inovação.

Para este ano, o governo previu R$ 5 bilhões para concursos públicos. O valor inclui o provimento de vagas para os candidatos que já foram aprovados em concursos anteriores e a realização de novos certames. Esse valor mudou quando a equipe econômica apresentou o pacote de corte de gastos, no segundo semestre. O Executivo cortou R$ 1 bilhão desse total. Segundo Dweck, no entanto, há tratativas internas para aproveitar os R$ 4 bilhões restantes da forma mais eficiente possível.

A ministra evitou cravar quais serão as carreiras que farão parte do novo CNPU, mas disse que o MGI deseja preencher vagas ligadas aos ministérios da Justiça e da Defesa; às carreiras de segurança e à carreira de Desenvolvimento Socioeconômico, provavelmente ligado ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Já no caso do concurso da Polícia Federal, anunciado pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski no último dia 29, a portaria de autorização deve sair até a próxima semana, segundo a ministra. A previsão, segundo o chefe da pasta, é de que sejam disponibilizadas 2.000 vagas, distribuídas por todo o Brasil.

O modelo do CNU feito em 2024 era inédito até então. Os candidatos puderam concorrer a diversas vagas de uma só vez, desde que os cargos estivessem na mesma área de atuação. A maior parte dos candidatos, segundo o MGI, se inscreveu para apenas três opções, mas era possível incluir mais vagas. Um candidato, segundo a ministra Esther Dweck, conseguiu passar na 28ª opção selecionada.

“Quem não tiver nota suficiente para passar em sua primeira opção de cargo, por exemplo, poderá atingir a nota mínima para entrar no seu segundo cargo prioritário, mas pode seguir no banco de candidatos para a primeira opção e tem chance de ser chamado posteriormente”, explicou Dweck.

O Distrito Federal foi a Unidade da Federação com o melhor resultado em todo o país, com 20,12% do total dos aprovados. Isso significa dizer que um a cada cinco aprovados fez a prova na capital federal. “Chamou a atenção o fato de que, entre 25% dos aprovados do Centro-Oeste, 20% são de Brasília”, disse Esther Dweck. Na sequência, estão o Rio de Janeiro (11,30%); São Paulo (10,44%); Minas Gerais (9,32%) e Bahia (5,72%). Os demais estados têm menos de 5% do total de aprovados, cada. O pior é o Acre, que representa apenas 0,26% dos aprovados.

O DF, que representa apenas 1,29% da população do Brasil (são 2,8 milhões, segundo o Censo de 2022), teve 9,11% do total de inscritos no país, perdendo apenas para São Paulo (10,58%) e para o Rio de Janeiro (10,46%).

Segundo o MGI, o Distrito Federal teve a menor taxa de evasão, ou seja, de candidatos que faltaram às provas. Já quando a comparação é feita por região, o Sudeste teve maior porcentagem de aprovados, com 32,9%. Em seguida estão o Nordeste (26%); o Centro-Oeste (25,6%) e o Norte (5,6%).

Entre os aprovados, 63% são homens. A faixa etária de 30 a 35 anos foi a que teve maior volume de aprovados, com 26,61%. Segundo o MGI, apenas uma pessoa abaixo dos 18 anos foi aprovada. “Torcemos para essa pessoa (que tem 17 anos) fazer aniversário logo para tomar posse”, comentou Dweck. Um terço dos novos servidores são negros, indígenas e pessoas com deficiência.

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