A população de Cabedelo, na Grande João Pessoa, fez uma denúncia após um misterioso “pó preto” se espalhar por várias ruas do município. Este pó é, na realidade, coque de petróleo, um combustível fóssil sólido derivado do petróleo, conhecido por ser prejudicial à saúde devido aos seus altos teores de carbono e enxofre.
A denúncia aponta para uma grave contaminação, especialmente nas proximidades do Hospital Público Municipal e da Praça Getúlio Vargas, no Centro de Cabedelo. Os transtornos gerados à população e aos comerciantes locais são evidentes, e a fonte do problema parece estar ligada a operações no Porto de Cabedelo.
A descarga do coque de petróleo, proveniente do navio Tralwind Dolphin, está sendo operacionalizada pela empresa operadora portuária Combulk Marítima LTDA, enquanto o transporte é realizado pela Transagil LTDA, ambas contratadas pela CSN Companhia Siderúrgica Nacional. Esta última é a proprietária de duas fábricas de cimento na Paraíba.
O tráfego intenso de caminhões carregados com o coque de petróleo tem contribuído para a dispersão do “pó preto” nas ruas próximas ao Porto de Cabedelo e na rodovia BR-230.
Comerciantes da região manifestaram sua indignação, relatando prejuízos causados pela poeira do coque de petróleo. Um comerciante denunciou: “Ontem me prejudiquei porque quando passava um caminhão, a poeira com o pó preto subiu, sujando todo o meu estabelecimento. Dentro da pastelaria está todo preto.”
Moradores, preocupados com a situação, preferiram não se identificar, mas estão encaminhando imagens do coque de petróleo nas ruas de Cabedelo ao Ministério Público da Paraíba e a outros órgãos ambientais, buscando ação urgente diante dessa violação ambiental. O Ministério Público de Cabedelo já foi acionado sobre o fato.