Homem que jogou bombas no STF tinha plano de matar Moraes, diz ex-mulher; VEJA VÍDEO

“Você vai mesmo fazer essa loucura?” teria questionado a ex-esposa ao autor dos ataques realizados na noite desta quarta-feira (13)

A ex-mulher de Francisco Wanderlei Luiz, autor do ataque que acabou o vitimando na Praça dos Três Poderes, disse para os agentes da Polícia Federal que ele “queria matar o ministro Alexandre de Moraes e quem mais estivesse junto na hora do atentado”.

Francisco também esteve presente no acampamento de bolsonaristas em Brasília logo após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

No espelho da casa alugada em Ceilândia, o autor do atentado teria deixado uma mensagem à Debora Rodrigues, presa em 2023 após ser identificada pela PF por ter vandalizado a Estátua da Justiça com a inscrição “Perdeu, Mané”.

As autoridades estão ouvindo todas as pessoas próximas de Francisco.

ENTENDA O CASO

Câmeras de segurança do Supremo Tribunal Federal (STF) registraram o momento exato em que Francisco Wanderley Luiz, 59 anos, detonou um explosivo em frente à Corte, na noite dessa quarta-feira (13/11).

Pelas imagens, é possível ver o momento que o homem-bomba joga explosivos próximo à Estátua da Justiça. Em seguida, ele se deita, e o artefato acende, solta fumaça e explode. Surgem fogos de artifício à esquerda da imagem, e mais fumaça sai da região próxima à cabeça do homem.

Corpo foi retirado por volta das 09 horas da manhã 

O corpo do autor do ataque a bombas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, que ocorreu na noite de quarta-feira, 13, foi retirado na manhã desta quinta-feira, 14, do local, por volta das 9 horas. Um carro do Instituto Médico Legal (IML) levou o corpo e, no local, restam apenas carros do Esquadrão Antibombas.

O autor do ataque a bombas é Francisco Wanderley Luiz, que morreu em área próxima ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Polícia Federal foi acionada no momento e enviou agentes para o local, enquanto ministros da Corte foram retirados às pressas da sede do tribunal.

Uma hora antes da explosão, o autor do ataque fez uma publicação nas redes sociais com ataques ao Supremo, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos presidentes das duas Casas do Congresso Nacional, Arthur Lira (PP-AL), da Câmara, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado.

Após a explosão, o Palácio do Planalto sofreu uma varredura. Além disso, medidas de segurança no prédio também foram reforçadas. Seguranças também foram reforçadas no Alvorada e no Palácio do Jaburu.

Repercurssão

Explosões em Brasília não vão afetar trabalho do Judiciário, diz Cármen Lúcia

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) escreveu em sua conta no X (antigo Twitter) um lamento à morte do homem que se explodiu na noite de quarta-feira na Praça dos Três Poderes. Na postagem, Bolsonaro diz ser contra “qualquer ato de violência” e disse que o caso exige reflexão.

“O Brasil foi dormir preocupado. Nós, cidadãs e cidadãos brasileiros, acordamos ocupados em manter as nossas funções para a garantia de continuidade estável, segura e contínua das instituições democráticas. A nós, servidoras e servidores, especialmente da Justiça constitucional e eleitoral, compete dar continuidade às nossas funções para a preservação da necessária democracia brasileira, que não se abala diante de qualquer ato que possa, eventualmente, atentar ou buscar atentar contra pessoas, instituições ou funções democráticas.”

Durante a abertura da sessão, Cármen Lúcia insistiu que cabe aos servidores do Judiciário seguir no exercício de suas funções “para que brasileiras e brasileiros continuem a dormir sem preocupações, no sentido de que algum vírus que adoeça pessoas, instituições ou qualquer forma de atuação não comprometa, não contamine a saúde democrática das instituições no Brasil e da sociedade brasileira.”

Bolsonaro fala em ‘fato isolado’ e diz que explosões em Brasília devem levar a reflexão

“Apesar de configurar um fato isolado, e ao que tudo indica causado por perturbações na saúde mental da pessoa que, infelizmente, acabou falecendo, é um acontecimento que nos deve levar à reflexão. Já passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente, e que a força dos argumentos valha mais que o argumento da força”, diz trecho.

Bolsonaro cobrou ainda um diálogo por parte das instituições nacionais e um sentimento de união no momento, ao qual se referiu como tragédia.

“Por isso, apelo a todas as correntes políticas e aos líderes das instituições nacionais para que, neste momento de tragédia, deem os passos necessários para avançar na pacificação nacional”, conclui.

Moraes diz que explosões não são fatos isolados e têm origem em ‘gabinete do ódio’

Em sua primeira manifestação pública após as explosões na praça dos Três Poderes, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes afirmou na manhã desta quinta-feira (14) que o ocorrido não é um ato isolado e começou com o chamado “gabinete do ódio” na gestão Jair Bolsonaro (PL)

Ele afirmou ainda não acreditar em pacificação no país sem que haja punição a criminosos, se colocando abertamente contra a mobilização de bolsonaristas pela anistia a golpistas que participaram do 8 de janeiro de 2023.

“Nós não podemos ignorar o que ocorreu ontem. O que aconteceu ontem não é um fato isolado do contexto. (…) mas o contexto se iniciou lá atrás, quando o ‘gabinete do ódio’ começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o STF principalmente contra a autonomia do Judiciário”, disse Moares.

Isso foi se avolumando sob o falso manto de criminosas utilizações da liberdade de expressão. Ofender, ameaçar, coagir, em nenhum lugar do mundo isso é liberdade de expressão. Isso é crime. E isso foi se avolumando e resultou no 8 de janeiro.”

As declarações foram dadas durante evento no Conselho Nacional do Ministério Público.

A investigação do caso está no Supremo Tribunal Federal. Internamente, ministros avaliam que a relatoria caberá a Moraes, já que ele comanda os episódios relativos aos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.

O homem que se explodiu na praça dos Três Poderes, em Brasília, e que detonou o próprio carro a cerca de 300 metros da Esplanada dos Ministérios já foi candidato a vereador pelo PL em Santa Catarina e esteve no STF (Supremo Tribunal Federal) em agosto.

Francisco Wanderley Luiz, 59, é chaveiro e disputou a eleição de 2020 com o nome de urna Tiü França, em Rio do Sul (SC), mas não foi eleito. Antes de morrer, publicou uma série de mensagens sobre o ataque, misturando declarações de cunho político e religioso.

 

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