O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta criticou publicamente a decisão do governo federal de aumentar a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo o parlamentar paraibano, a solução para os problemas fiscais do país não está em elevar a carga tributária, mas sim em combater os desperdícios e controlar os gastos públicos.
“A Câmara tem sido parceira do Brasil ajudando a aprovar os bons projetos que chegam do Executivo e assim continuaremos. Mas quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor. O Executivo não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar. O Brasil não precisa de mais imposto. Precisa de menos desperdício”, afirmou Hugo Motta em publicação na rede social X (antigo Twitter).
A fala do presidente da Câmara ocorre dias após o Ministério da Fazenda publicar um decreto que altera as regras do IOF — tributo que incide sobre operações de crédito, câmbio e seguros —, elevando a cobrança em determinados casos. A medida gerou reação imediata do setor produtivo e de lideranças do Congresso.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista ao jornal O Globo, chegou a afirmar que o Brasil vive hoje um “quase parlamentarismo”. Segundo ele, as dificuldades na condução das medidas de ajuste fiscal decorrem, em grande parte, do atual arranjo político, no qual o Congresso tem a palavra final sobre quase todas as pautas econômicas.
“Quem dá a última palavra sobre tudo isso é o Congresso”, disse Haddad.
O embate sobre o ajuste fiscal ocorre em um momento de desafios para o governo, que precisa fechar as contas e cumprir metas estabelecidas no novo arcabouço fiscal. Com dificuldades para avançar em cortes significativos de gastos, o Executivo voltou a mirar na arrecadação — movimento que, como se vê, não encontra apoio integral no Congresso.