A eleição deste ano promete muitas emoções, pois será um embate totalmente atípico dada a sua complexidade. Até outubro, estaremos vendo uma disputa de grandes antigos aliados. De um lado, o governador João Azevedo, que em 2018 foi eleito ao lado do ex-governador Ricardo Coutinho e do senador Veneziano e hoje estão em campos opostos, mesmo tendo uma linha ideológica semelhante.
Na oposição tradicional e mais conservadora, as divergências são as mesmas, pois Pedro Cunha Lima que tem identificação político-ideológica mais próxima do centro direita, neste momento, tem uma disputa pesada com o bolsonarista Nilvan Ferreira, que procura a todo custo ocupar o espaço de oposição ao governo de João Azevedo.
A prova de todo esse imbróglio é que já podemos detectar, através de uma pesquisa que foi divulgada na semana passada, que caminhamos para um segundo turno nessas eleições; o que não é nada agradável para o agrupamento político do atual governador João Azevedo, pois além de já ter Pedro e Nilvan como tradicionais opositores por pertencerem a uma ala mais conservadora, ainda tem a saraivada de críticas dos seus antigos aliados, Ricardo Coutinho e Veneziano Vital, ou seja, são todos os pré-candidatos contra um, o que logicamente deixa o atual governador João Azevedo muito pressionado.
E olhe que nem começou a disputa, imagine a avalanche de maledicência que deverão vir durante os debates. Pelo menos a priori, o que se observa é que em um eventual segundo turno os oposicionistas Veneziano, Pedro Cunha Lima e Nilvan Ferreira deverão estar unidos contra João Azevedo, algo muito indigesto para os situacionistas.
E mais, depois da divulgação da primeira pesquisa registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), vários partidos governistas passaram a exigir do governador uma definição urgente, leia-se, o Partido Progressistas, através do ex-prefeito de Campina Grande Enivaldo Ribeiro, afirmou que a indefinição por parte do governador João Azevedo “já está cansando todo mundo” e o Republicanos com o deputado Adriano Galdino que também já pede publicamente por um posicionamento de João.
Talvez a pressa desses dois protagonistas da política paraibana seja um sinal de que, dependendo da posição do governador, irão tomar ou não outros destinos, ou seja, se aliar com outro agrupamento político. Não será uma definição fácil para o governador, pois “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.
A verdade é que a pesquisa começou a mexer no tabuleiro da política paraibana e que pode fazer o governador abrir mão de algumas prioridades para formar alianças que venham a surpreender a Paraíba. Daí o motivo pelo qual nenhum pré-candidato ainda não ter confirmado as suas pré-candidaturas a vice em suas chapas, e outras esperando para saber para quem vai a vaga de senador, como é o caso da chapa do governador João Azevedo e Pedro Cunha Lima. Há sinais de que algo novo está por vir…
Diante de tudo isso, vemos que o governador João Azevedo precisa avaliar bem suas estratégias, pois ficar fora do poder e sem imunidade poderá correr sérios riscos futuramente. O momento para o governador João Azevedo requer muita moderação para que possa tomar a melhor decisão desprovido de qualquer vaidade, pois o tempo urge e lhe exige muita ponderação e sabedoria em sua posição.
O governador sabe mais do que ninguém que uma coisa é estar no poder, a outra é estar fora dele, onde as consequências poderão ser tortuosas e ainda mais quando se tem “inimigos” que não lhe desejam o bem. Vamos seguir acompanhando porque até outubro, quem viver, verá!