Em entrevista ao Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan, nesta segunda-feira (11), o governador João Azevêdo (PSB) disse que não tem expectativa de um retorno do deputado federal Efraim Filho (União) à sua base aliada, falou sobre a formação de sua chapa majoritária, o palanque do ex-presidente Lula (PT) na Paraíba, entre outros temas.
Comentando o episódio envolvendo a morte de um petista por um bolsonarista no interior do Paraná nesse fim de semana, o governador classificou o acontecido como “triste”, se demonstrando preocupado com a segurança de todos os pré-candidatos, desde à presidência até aos pré-candidatos a governador na Paraíba.
“De certa forma há um estímulo por parte de alguns a essa violência e isso nos preocupa. Em um processo democrático você pode confrontar ideias, discordar de pessoas, através de um debate. Mas quando você parte para a agressão, a coisa vai para um ponto que é inaceitável. Não se justifica violência para que você tente colocar seus pontos de vista, de qualquer natureza”, disse. “Nós vamos ter que ter uma atenção muito grande”, agregou.
Eleições
Em sua avaliação, João Azevêdo classificou a chegada das federações partidárias como ‘Frankstein’, se referindo a um mesmo partido que tem posições diferentes internamente em apoios locais, estaduais e federais.
“Isso gerou uma dificuldade extraordinária. Como você não tem coligação na proporcional e vai ter na majoritária, você vai gerar esse tipo de problema: pessoas que estão em um campo apoiando outras. Nós veremos esse ano as chapas mais estranhas possíveis sendo apoiadas por determinados candidatos. Você não tem essa unidade que antes a coligação permitia”, explicou.
Sua solução para a situação seria uma reforma eleitoral de peso, revelando ter ideias, como por exemplo, um governador exercer um mandato de cinco anos sem direito à reeleição, ou unificar um processo eleitoral a cada cinco anos, não de dois em dois como acontece atualmente.
Formação de chapa
Azevêdo disse estar avançado nos diálogos com os nomes que irão compor a sua chapa majoritária como vice-governador e senador, e que eles deverão ser anunciados antes do término do período de convenções partidárias, que se encerra em 5 de agosto.
Sobre o imbróglio que envolve entre Republicanos e Progressistas no que diz respeito à escolha do vice-governador na chapa, perguntado se o PP irá indicar o nome, Azevêdo desconversou e disse que “estamos indo nessa direção”.
Perguntado também sobre um possível retorno do deputado federal Efraim Filho à base governista para disputar o Senado, o governador disse avaliar que o parlamentar já tomou sua decisão [de ter abandonado a base e se aliado ao pré-candidato ao governo Pedro Cunha Lima].
“Eu não conto com essa expectativa. Da minha parte não há nenhuma sinalização desse sentido”, falou em seguida.
Palanque de Lula na Paraíba
O governador também confirmou que o ex-presidente Lula (PT) terá mais de um palanque na Paraíba, diferente do que defende o senador Veneziano Vital do Rego (MDB) e o ex-governador Ricardo Coutinho (PT), que defendem exclusividade de Lula para o palanque do senador na sua pré-candidatura a governador.
“Essa discussão está sendo tratada de outra forma. Eu sempre digo que as pessoas se preocupam mais com uma fotografia que com as conversas que estão sendo feitas. Então não tenho muita preocupação com isso. Exclusividade? Eu nem luto por exclusividade”, falou.
“Quando eu disse que apoiaria a reeleição do ex-presidente foi há dois anos atrás. Não foi agora não, por conveniência política. Eu discutia isso sem saber se ele seria candidato”, emendou.
ICMS e preço de combustíveis
O governador voltou a criticar a forma como foi decretada a redução da taxa de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), sancionada por uma medida do governo federal. Segundo ele, essa redução por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL) “é puramente eleitoreira”.
“As pessoas não estão vendo a que preço a sociedade estará submetida por essa redução, uma redução que fará com que o preço baixe neste momento, que talvez se segurem os aumentos até a eleição, mas que depois, com a variação do dólar, dois ou três aumentos farão que o preço volte a ser o que era antes. E aí você terá a população pagando o preço que era antes, e o estado perdendo arrecadação. Essa é a grande discussão”, justificou.
Segundo ele, o Fundo de Desenvolvimento da Educação (Fundeb), o Fundo de Combate de Erradicação de Pobreza (Funcep) e que envolvem diversos programas sociais ficam ameaçados pela falta de verba. Mesmo assim, Azevêdo disse que a população não sentirá o impacto imediatamente: “a Paraíba se preparou para isso”.