Ex-diretor da Conafer e atual assessor do Governo da Paraíba é investigado em esquema nacional de fraudes previdenciárias que também levou à prisão o ex-chefe do INSS, Alessandro Estefanutto
A Polícia Federal, em ação conjunta com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta quinta-feira (13) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema de fraudes e descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS.
A ofensiva foi realizada na Paraíba, no Distrito Federal e em outros 14 estados, com o cumprimento de 63 mandados de busca e apreensão, 10 mandados de prisão preventiva e diversas medidas cautelares.
Entre os investigados está o paraibano Jerônimo Arlindo da Silva, conhecido como Júnior do Peixe, que foi citado na CPMI do INSS por suposta participação em irregularidades na concessão de benefícios previdenciários.
Ele ocupou o cargo de diretor da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais (Conafer), entidade sob investigação por envolvimento em fraudes de aposentadorias e pensões.
De acordo com a CPMI, Júnior do Peixe recebia R$ 40 mil mensais enquanto atuava na direção da confederação. Atualmente, ele exerce o cargo de assessor técnico de projetos da Secretaria de Agropecuária e Pesca da Paraíba.
Ex-chefe do INSS também é preso na operação
A mesma operação que investiga o paraibano também resultou na prisão de Alessandro Estefanutto, ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Estefanutto é apontado pela Polícia Federal como um dos articuladores do esquema que teria facilitado o acesso de entidades e servidores a sistemas do órgão, possibilitando a inserção de dados falsos e a concessão irregular de benefícios.
Segundo as investigações, o grupo operava uma rede nacional de fraudes, com ramificações em 15 estados, e teria movimentado valores expressivos por meio de corrupção ativa e passiva, estelionato previdenciário, organização criminosa e ocultação de patrimônio.
Ações em todo o país
Além da Paraíba e do Distrito Federal, a Operação Sem Desconto cumpriu mandados nos estados do Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
Os materiais apreendidos e as prisões integram o avanço de uma das maiores investigações já conduzidas pela PF na área previdenciária, com foco em corrigir desvios e coibir o uso indevido de dados de aposentados e pensionistas em todo o país.
Fonte: Portal Correio

