Lula é favorito em 2026, diz João Camargo

Empresário vê fragmentação da centro direita e diz que “no cenário hoje” Lula ganha” o pleito presidencial de 2026

 O empresário João Camargo, presidente do conselho da Esfera Brasil, avaliou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é hoje o favorito para vencer as eleições presidenciais de 2026. Segundo Camargo, a centro direita permanece dividida, o que fortalece a posição de Lula.

“O cenário hoje Lula ganha. Agora, a direita está fragmentada, está dividida. A principal oposição hoje do Tarcísio (de Freitas) é o Eduardo Bolsonaro. Se o centro direita não se reorganizar, a eleição do Lula está premeditada”, disse o empresário em entrevista à coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles.

Centro direita dividida abre espaço para Lula

Embora reconheça a existência de nomes fortes no campo oposicionista — como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Júnior (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) —, Camargo avalia que a falta de consenso é o maior obstáculo. “Não estou vendo hoje uma luz tão rápida assim no fim do túnel”, afirmou.

Críticas à condução política no Congresso

Na entrevista, o empresário também opinou sobre a relação do governo com o Centrão. Para ele, Lula demorou a retirar cargos de partidos que não vinham apoiando o Planalto. “Você não pode ter um governo de coalizão e dar cargo para quem não vota com você. Acho que ele demorou para tomar essa medida”, analisou.

Diplomacia brasileira com Donald Trump

Camargo apontou ainda o que considera uma falha diplomática do Itamaraty nas negociações com os Estados Unidos com o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo ele, Susie Wiles, chefe de gabinete da Casa Branca, revelou que nenhum representante brasileiro havia solicitado audiência antes dele. “Vejo uma falha também de comunicação do Itamaraty”, relatou.

Apesar disso, o empresário acredita que a recente aproximação entre Lula e Trump é consistente e estratégica. Para ele, Washington não deseja “entregar o Brasil na mão da China” e deve fortalecer os laços com Brasília.

Tarifaço e sanções dos EUA em debate

Sobre a política comercial, Camargo prevê que os Estados Unidos recuarão no tarifaço imposto ao Brasil, mas não necessariamente das sanções impostas a autoridades brasileiras. Ele, no entanto, confia na articulação de Lula junto ao presidente estadunidense. “Eu acredito que o Lula vai mostrar ao Trump que essas sanções que foram feitas ao STF são injustas. Eu acredito que ele vai conseguir fazer isso”, concluiu.