Major Fábio cobra coerência da Direita paraibana e reafirma pré-candidatura ao Senado “com ou sem o PL”

O movimento do PL para consolidar a pré-candidatura de Efraim Filho (União Brasil) ao Governo da Paraíba e do ex-ministro Marcelo Queiroga (PL) ao Senado não tem sido suficiente para manter a direita paraibana alinhada em torno de um único projeto. Parte do campo conservador segue insatisfeita  e vocalizando desconfortos publicamente.

Um dos principais nomes a externalizar esse incômodo é o ex-deputado federal Major Fábio, atualmente filiado ao Novo, que afirmou nesta sexta-feira (28), em entrevista à Rádio CBN, que a direita no estado sofre com “falta de coerência” e que o PL tem privilegiado nomes que “nem são de direita”.

Preterido até agora pelo bloco liderado por Efraim e Queiroga, Major Fábio cobrou espaço na chapa e criticou diretamente a condução feita pelo PL:

“A direita precisa ser coerente. Nós estamos buscando espaço, queremos fazer parte da chapa. Mas sou pré-candidato pelo Novo, independente de existir essa acolhida ou não. A direita não é só o PL”, afirmou.

Segundo ele, o PL tem abraçado candidaturas que não representam ideologicamente o campo conservador:

“Eu não entendo. O PL abraça candidatos de outros partidos que nem são de direita. É falta de coerência. Nós precisamos estar nessa chapa.”

Major Fábio também falou sobre seu futuro eleitoral. Ele foi candidato a vice-prefeito de Cabedelo em 2024, na chapa liderada por Wallber Virgolino (PL), que terminou em segundo lugar. A decisão do TRE-PB que cassou os mandatos do prefeito André Coutinho e da vice Camila Holanda pode abrir espaço para uma nova disputa no município.

“Se coincidir, vamos pensar. Mas, por enquanto, sou pré-candidato junto com Wallber a vice-prefeito de Cabedelo. E também sou pré-candidato a senador.”

Apesar dos movimentos do PL em direção à chapa de Efraim e Queiroga, Major Fábio reforçou que sua pré-candidatura ao Senado permanece firme.

“Nós somos pré-candidato pelo Partido Novo e seremos candidato ano que vem, independente dessa acolhida ou não. A direita não é só o PL; a direita é o PL, a direita é o Novo.”

A declaração indica claramente que o Novo não abre mão de protagonismo no campo conservador e pode lançar candidatura própria ao Senado, mesmo contra a vontade dos principais líderes da direita tradicional.

Durante a entrevista, Major Fábio voltou a mencionar Nilvan Ferreira, que rompeu com o bolsonarismo em 2024:

“A gente até perdoou o Nilvan, né… porque quando ele foi candidato em Santa Rita, ele deixou a direita. Todo mundo assistiu isso.”

Apesar da crítica, afirmou manter amizade com o comunicador:

“Ele pecou nesse sentido.”

O recado do major ao PL foi claro e em tom de cobrança:

“Eu quero ser abraçado por essa chapa. Eu sou de direita e coerência não se prega, se pratica.”

A fala evidencia o racha crescente no campo conservador paraibano e expõe a dificuldade de unificação em torno das pré-candidaturas já lançadas.