Manuela deve ser indenizada em R$ 12,7 mil por danos morais, e a Record e a IURD estão obrigadas a se retratar publicamente
A ex-deputada federal Manuela D’Ávila venceu uma ação judicial contra a Record TV e a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) devido à divulgação de uma notícia falsa sobre ela no programa “Entrelinhas”, informa o portal F5. O programa, produzido pela congregação religiosa, foi ao ar em 2022 pela emissora de Edir Macedo.
Manuela deve ser indenizada em R$ 12,7 mil por danos morais, e a Record e a IURD estão obrigadas a se retratar publicamente. A decisão foi proferida pela juíza Tamara Benetti, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), onde o caso está em andamento após recursos das empresas envolvidas.
A ex-deputada alegou que, em 31 de maio de 2022, Renato Cardoso, genro de Macedo e apresentador de programas religiosos na Record, convidou outros pastores para discutir a estratégia de campanha de Jair Bolsonaro (PL). Durante o programa, foi afirmado que o presidente Lula (PT) teria contratado pastores evangélicos para cuidar de sua comunicação e que a esquerda e o PT apoiavam um projeto de lei para a “legalização do incesto”, permitindo relacionamentos afetivos entre pais e filhos.
Manuela teve sua imagem usada para ilustrar a notícia falsa, que circula em grupos de WhatsApp desde 2019 e já havia sido desmentida por agências de checagem de fatos. A juíza reconheceu que a veiculação da informação prejudicou a imagem de Manuela.
Além da indenização, a juíza determinou que a Record e a IURD façam uma retratação pública no mesmo programa ou no mesmo horário em que a informação falsa foi divulgada, por volta de 1h da manhã.
As empresas envolvidas já recorreram da decisão e, quando procuradas, afirmaram que não comentam casos jurídicos em andamento. A assessoria de Manuela D’Ávila também não respondeu aos contatos.