A organização da Marcha da Maconha em João Pessoa (MMJP) divulgou um comunicado para informar que o evento na Capital paraibana foi adiado “após ataques recentes” promovidos por “setores da ultradireita e conservadores/as de modo geral“. O encontro estava marcado para o dia 10 de junho.
De acordo com os organizadores, a nova data ainda será definida e o adiamento se deu devido à existência de “um trabalho da direita e das instituições para atrasar a construção do movimento e garantir que a criminalização exista“.
Ainda segundo a organização, um evento cultural será realizado no dia 10 de junho com atividades e local a serem divulgados.
Confira o Comunicado:
“Salve!
A marcha da maconha será adiada. Não é um adeus, é um até breve (vai rolar ainda).
A nova data será divulgada logo mais, mas gostaríamos de trocar uma ideia com geral sobre os motivos que nos levaram a adiar.
De cara, os trâmites burocráticos. Apesar da descriminalização da posse de drogas estar em pauta no STF e o assunto estar em alta, existe um trabalho da direita e das instituições para atrasar a construção do movimento e garantir que a criminalização exista. Basta ver, aqui em João Pessoa, os projetos de lei que buscam criminalizar a marcha. Nós também solicitamos autorizações da prefeitura há meses, para poder realizar a marcha com tranquilidade e segurança, mas até o presente momento, não tivemos resposta.
Este coletivo é pequeno para tantas demandas. E ultimamente, temos trabalhado exclusivamente para que a marcha role, sem tempo para o autocuidado e o cuidado com nossos companheiros, focando no dia 10/06, mas esquecendo que a Marcha da Maconha é um movimento muito maior, que acontece todos os dias, em muitos lugares e que deve estar junto na luta antirracista, LGBTQIA+, feminista, de classe, nos bairros e favelas, pela redução de danos, pela descriminalização e legalização das drogas.
Sem esquecer que os militantes da marcha também precisam meter suas molas para sobreviver: também trabalham, estudam, têm suas familías e tudo mais, o que acaba gerando sobrecarga, frustrações e minando a saúde mental.
Apesar de tudo, o amor pela luta e a vontade grande de discutir qual a política de drogas nós queremos não permitem que a gente desista. Se a gente, que vem da margem, não construir o coletivo, a gente abre mão de um espaço que é tão massa, de aprendizado, de companheirismo e de luta pra deixar a construção na mão de pessoas que talvez não nos representem.
Então, para construir o evento “Marcha da Maconha em João Pessoa”, a ideia é uma só: fortalecer o movimento. Tem muita coisa boa por vir, estamos lutando por isso. Se tu tá afim de fortalecer, de aprender, de saber como é, chega junto! As nossas reuniões são abertas e sempre pautadas na horizontalidade (aqui ninguém é mais que ninguém, absolutamente).
Com carinho,
Coletivo Construtor da MMJP”