O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, será ouvido na próxima terça-feira (29) pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados. A audiência, que inicialmente serviria para a apresentação do planejamento estratégico da pasta, ganhou um novo tom diante do escândalo de fraudes bilionárias no INSS.
A sessão será presidida pelo deputado Ruy Carneiro (Podemos-PB), que já antecipou que a comissão exigirá esclarecimentos objetivos e contundentes sobre as irregularidades. A operação que revelou o esquema foi conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), e identificou descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024, com prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões.
Como consequência imediata da investigação, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado e posteriormente exonerado. Outros integrantes da cúpula do órgão também deixaram seus cargos, incluindo um procurador federal.
Embora Stefanutto tenha sido indicado por Carlos Lupi, o deputado Ruy Carneiro ponderou que isso não implica envolvimento direto do ministro. “A indicação foi do ministro, isso é público. Mas isso não significa que ele esteja diretamente envolvido. O que importa é que o escândalo estourou e precisa ser enfrentado com seriedade”, afirmou em entrevista ao programa Correio Debate, da Rádio Correio 98 FM.
Ruy também destacou que as fraudes começaram em gestões anteriores, com indícios que remontam a 2019. “A bomba explodiu agora, mas o problema vem de antes. O mais importante é garantir justiça aos aposentados prejudicados e reforçar os mecanismos de controle”, acrescentou.
A expectativa é de que Carlos Lupi vá além da apresentação de metas e projeções técnicas, e traga respostas claras sobre medidas já adotadas, responsabilização dos envolvidos e estratégias para evitar novos golpes contra os beneficiários da Previdência.