Ministros do STF veem sinais de golpe em nova afronta de Bolsonaro
Em silêncio em frente às câmeras, nos bastidores os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já falam na possibilidade de um golpe diante dos novos ataques de Jair Bolsonaro (PL) – e de militares de seu governo – ao judiciário.
Na noite desta segunda-feira (25), Rosa Weber abriu prazo de 10 dias para Bolsonaro explicar indulto a Daniel Silveira (PTB-RJ). Neste período, os ministros – exceto Nunes Marques e André Mendonça – devem desenvolver uma estratégia para lidar com os arroubos autoritários crescentes do presidente, que agora conta com a anuência dos militares no governo.
Em entrevista a Mônica Bergamo, um dos ministros disse que com o indulto Bolsonaro “deixou claro que não vai largar a rapadura com facilidade”, em referência a uma possível derrota nas urnas.
A estratégia é exatamente essa. Com a aproximação das eleições e sem armamento para reverter os altos índices de rejeição – em torno de 60% -, o que dá a Lula a possibilidade cada vez maior da vitória, Bolsonaro busca sustentação militar para sua tese de fraude nas urnas eletrônicas.
Não é à toa que os últimos ataques do Bolsonaro foram desferidos justamente contra Luis Roberto Barroso e Edson Fachin, ex e atual presidentes do TSE.
Outro alvo constante é Alexandre de Moraes, que vai assumir o comando da corte eleitoral em agosto e será responsável pela condução da disputa presidencial.