MP promove audiência para solucionar caso FIJI; Bueno Aires manda advogado e não comparece após receber ameaças; entenda
O promotor Sócrates Agra está promovendo nesta sexta-feira (24) uma audiência com os donos da Fiji Solutions, para solucionar os problemas de atraso dos pagamentos aos clientes.
Na audiência que acontece em Campina Grande, compareceram Breno Azevêdo diretor financeiro da empresa, e a diretora executiva, Emilene Marilia Lima. O proprietário da empresa, Bueno Aires enviou um advogado e não compareceu ao local.
O pagamento que deveria ter sido feito nesta quinta-feira (23) não foi efetuado e o promotor Sócrates Agra marcou no MP de Campina Grande, uma audiência com o dono da empresa e os sócios para procurar entender esse entrave na transferência de valores e verificar a existência dos valores na conta da Kucoin.
Em entrevista exclusiva ao Polêmica Paraíba, Bueno Aires informou que não compareceu à audiência pois está recebendo muitas ameaças, diante disso mandou seu advogado para representá-lo. Bueno ainda disse está tranquilo com a decisão do promotor.
Na conversa, Bueno deixou claro que a responsabilidade da empresa é tanto dele quanto de Emilene Marilia Lima, diretora executiva, e Breno Azevedo, diretor financeiro.
O programador voltou a falar que seus clientes não serão “lesados” e não existirá calotes, e espera que o problema seja resolvido nos próximos dias. “O que me tranquiliza e eu posso tranquilizar a todos é que o valor existe. Se for por meio tecnológico ou técnico vai ser desbloqueado, e se precisar ser por meio jurídico, também vai ser desbloqueado”, emendou.
O caso
Segundo o MP, durante o depoimento inicial, um dos sócios ratificou que estaria com problemas técnicos para autorizar repasses aos clientes, mas apresentou documentação que comprovaria que a empresa dispõe de fundos e liquidez para saldar os compromissos com os investidores.
“Recomendamos que a empresa empreenda – por todos os meios legais necessários – todas as tratativas junto à Kucoin para solução da demanda existente e pagamento aos clientes, no prazo de 72 horas, e que comprove, ao Ministério Público, todos os atos realizados para solução da problemática existente, e que apresente cópia dos documentos pessoais dos sócios da empresa (Identidade, CPF e Passaporte). Continuaremos acompanhando essa e outras situações envolvendo empresas de criptomoedas atuando na região a fim de garantir, no que couber ao Ministério Público, os direitos dos consumidores”, explicou Sócrates Agra.
Os sócios da empresa também foram advertidos de que, na hipótese de não atendimento ao que foi recomendado, o MP-Procon poderia adotar providências administrativas e judiciais cabíveis, entre elas o ajuizamento de ação civil pública contra diretores e administradores, aplicação de multas (Art. 56, I, CDC) e interdição das atividades do estabelecimento.
O novo caso ocorre na esteira de outro escândalo: o da Braiscompany, suspeita de irregularidades no repasse de aluguel de criptoativos a milhares de investidores. Os proprietários da empresa, Antônio Neto Ais e Fabrícia Campos são considerados foragidos.